Aconteceu em 1867. Viram luz no norte de Portugal. Aí prosperaram e foram enormes. Por vezes, esquecidos, mas nunca minorados. Ensinaram gerações a amar a beleza das letras, tornando-as mais viçosas e prósperas.
As escolas vão passando ao lado, mas, sabem que eles existem. Os programas encasulam-nos no olvido, mas é, também, com eles que Portugal vai sendo maior.
Falamos de Raul Brandão, António Nobre e Camilo Pessanha. Em páginas de jornal, lembremo-nos da sua vivência. Alguns dados biográficos que tornem mais fácil o acesso a estas individualidades que tão bem dignificaram a língua portuguesa e que de quando em vez são lembradas em tertúlias literárias ou em concursos televisivos onde, esporadicamente, se questiona o acervo cultural do país que é nosso e que pede meças a outros cuja dimensão histórico-cultural nos fica muito aquém, não fosse Portugal terra com mais de oito séculos de existência.
Viveram em tempos convulsos. A Regeneração originada pelo golpe do duque de Saldanha depõe o governo de Costa Cabral, abrindo as portas a um período de estabilidade, o que permitiu introduzir reformas políticas, económicas e administrativas, transmitindo uma imagem de paz e de progresso, sendo publicado o Código Civil, do conde de Seabra e entrado em vigor o Código Administrativo. É abolida a pena de morte para os crimes civis, extinta a roda dos enjeitados. Júlio Dinis publica As Pupilas do Senhor Reitor.
Apesar da melhoria do clima social, assiste-se à afirmação de um grupo de intelectuais que constituem a geração de 70 que levou a cabo as Conferências Democráticas do Casino. D. Carlos enfrentará a crise originada pelo Mapa Cor Rosa e o Ultimatum Inglês de 1980.
A 12 de Março de 1867 nascia na Foz do Douro, Raul Germano Brandão que deixou o seu talento ligado às letras com o nome de Raul Brandão. Rapazinho espigado, louro e inocente, chamavam-lhe o pernalta, tinha os seus treze anos, era aluno no Colégio de São Carlos, o mesmo que fora frequentado por Trindade Coelho. Apaixonou-se, sem saber o que era o amor, por uma sombra que sorriu e passou. Era uma padeirinha que distribuía o pão nas proximidades do Colégio. Nem o nome lhe sabia. Por ela todas as manhãs faltava à escola, por isso ficou reprovado em Geografia. Depois de terminado o Liceu, matriculou-se no Curso Superior de Letras.
Tendo-se dedicado muito cedo ao jornalismo, não sendo indiferente à situação em que vivia o pais, absorvido pela condição humana, dedica muitas das suas reportagens à miséria, ao pessimismo, à sentimentalidade rústica, aos vícios e a tudo o que punha em causa a existência dos humildes e alimentava a crise social. No jornalismo dirigiu a Revista de Hoje e A Arte. Em 1890 lança o primeiro livro Impressões e Paisagens.
Aos 24 anos ingressa na Escola do Exército, colaborando no jornal Imparcial, de Lisboa. É de Raul Brandão a afirmação, “Durante o tempo em que fui tropa, vivia sempre enrascado. Tudo me metia medo, os homens aos berros que ecoavam no quartel, castigo para um lado, castigo para o outro; e as coisas negras, feias, agressivas, a parada, a caserna, as retretes.”
Durante o estágio de dez meses, em que esteve na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, fez um relato dos acontecimentos do curso, que publicou na revista Arraial, tendo colaborado, também, no jornal Correio da Manhã, fundado por Pinheiro Chagas.
Findos os estudos militares, foi colocado como Alferes em Guimarães, onde conheceu em Maio de 1896, uma menina de 18 anos, que viria a ser sua mulher, durante mais de trinta anos. Casa em Março de 1897, indo viver para a Foz do Douro. Transferido para Lisboa, continua a escrever em jornais, sendo ameaçado de transferir-se para Bragança.
Com Julião Brandão escreve a peça de teatro Noite de Natal, apresentada no teatro D. Maria II em 1899. Note-se que foi longa a camaradagem com Julião Brandão, cuja comunidade de apelido não revelava nenhum parentesco.
Distribuindo a sua produção pela narrativa e pelo teatro, tendo sempre presente a condição humana e a simpatia pelo trabalho da gente humilde, vai produzindo títulos, como:
O doido e a morte (1923), O Avejão (1929), Os Pobres (1906), A Farsa (1903), Húmus (1917), Os Pescadores (1923), Pobre de Pedir (1931), O Gebo e a Sombra (1923), O Rei Imaginário (1923)e História de um Palhaço(1922).
Dando conta na sua obra das dificuldades por que passam as personagens, onde não falta a simpatia do produtor da escrita, é certo, também, que os proscritos são alvo de incitamento, como se renunciar fosse abdicar. E porque em Raul Brandão há marcas de solidariedade, onde o ostracismo não pontua, é possível ler-se no livro de Memórias, volume I, Tomo I, “ O homem é tanto melhor quanto maior quinhão de sonho lhe couber em sorte. De dor também”. Em colaboração com Teixeira de Pascoaes publica em 1927 Jesus Cristo em Lisboa.
Resultado de uma viagem à Madeira e aos Açores escreve As Ilhas Desconhecidas em 1926. Em colaboração com a mulher, Maria Angelina Brandão, publica Portugal Pequenino em 1929.
Homem de grande valência no meio cultural do seu tempo, faz parte do grupo fundador da Seara Nova, em 1921, que se propunha reformar a mentalidade portuguesa através de uma intensa acção pedagógica e política.
Ao seguir a carreira militar, renunciou à frequência do Curso Superior de Letras, reformando-se em 1911, no posto de major, confessando não conseguir ser um militar a sério. Em Nespereira, próximo de Guimarães, na sua Casa do Alto, a partir de 1903, procura o refúgio e o lazer de que necessita. Partiu em 1930, em Lisboa, deixando muitas das suas Memórias publicadas em três volumes datados de 1919, 1925 e 1933.
Num outro contexto social, nasce em 16 de Agosto de 1867, António Nobre, no Porto, no número 469 da Rua de Santa Catarina, quinto filho do casal Pereira Nobre, família pequeno-burguesa que vive entre a capital do Norte e os campos dos arredores de Penafiel e da Lixa. Raul Brandão em Memórias, volume I, Tomo III, lembra o encontro com António Nobre que, pelo insólito, merece ser citado:
…foi num barco, ao lado dum velho pescador, que conheci o António Nobre, que logo me perguntou se não tinha uma Bíblia que lhe desse.
- Para que quer você a Bíblia?
- Para deitar a cabeça, quando for no caixão.
Se é verdade que António Nobre tenha caído no esquecimento de grande parte dos portugueses, ainda são alguns os estudiosos que se têm debruçado sobre a obra do poeta. José Régio, na Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa, trabalho que lhe serviu de tese de licenciatura, no Curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, dedica algumas páginas num artigo que denominou António Nobre-tendências nacionalistas, num capítulo relacionado com o modernismo na poesia portuguesa, aponta a liberdade do ritmo, arrojo do vocabulário, capricho das imagens, elementos que conduzem à renovação que então se operava na poesia. Considera-o um romântico, se não um ultra-romântico, e é também aos nossos românticos que vai pedir, renovando-as e variando-as algumas das suas cedências mais aliciantes, em verso de oito, nove e onze sílabas, em que ninguém, entre nós, se lhe avantaja, em que as esquisitices do seu temperamento de tísico e nevropata o conduzem. Misturando o romantismo, o realismo e o simbolismo, ao sabor da sua boémia fantasia criadora conseguiu essa maneira única, tão natural e tão extravagante que enfeitiça o país através de contínuas edições.
Uma análise de um poeta feita por um poeta, atento e exímio observador do que se ia passando no universo literário português, onde não faltam encómios à poesia de Florbela Espanca. Afirmando ser Nobre passivo ante o sofrimento e a vida, acrescenta que a volúpia da decadência, da dor, da humilhação, do abandono, dá aos seus versos essa resignação suavemente desesperada, onde não falta algum humorismo catalisador da sedução.
Não passou ao lado do olhar de Fernando Pessoa a escrita de Nobre. Aos 27 anos, em 25 de Fevereiro de 1915, escreve um artigo de opinião no jornal de Coimbra A Galera nº. 5-6, intitulado Para a Memória de António Nobre, que seria reeditado pela Ática em 1980, em Textos de Crítica e de Intervenção, que transcrevemos, “Quando ele nasceu, nascemos todos nós. A tristeza que cada um de nós traz consigo, mesmo no sentido da sua alegria é ele ainda, e a vida dele, nunca perfeitamente real nem com certeza vivida, é, afinal, a súmula da vida que vivemos – órfãos de pai e de mãe, perdidos de Deus, no meio da floresta, e chorando, chorando inutilmente, sem outra consolação do que essa, infantil, de sabermos que é inutilmente que choramos”.
Autor de estro precoce, datando os primeiros versos de 1882, vemo-lo a frequentar a Universidade de Coimbra, onde trava conhecimento e amizade que perdurará por muito tempo, com Alberto de Oliveira, bem mais jovem, que em Palavras Loucas fará a defesa do nacionalismo e do neo-garretismo, na Literatura Portuguesa. Fundando a revista Bohémia-Nova e envolvendo-se no espírito da boémia coimbrã, reprovará os dois primeiros anos lectivos, rumando a Paris, onde chega em Outubro de 1890, a fim de obter a licenciatura em Direito, na Sorbonne, viajando a bordo do navio Britannia. Na capital francesa estabelece contactos com Eça de Queirós e é íntimo de Moniz Barreto.
Em 1892 publica na editora Léon Vanier, em Paris, o Só, numa edição de 200 exemplares. Igualmente, nesta editora publicaram Mallarmé, Rimbaud e Verlaine. A segunda edição, de 300 exemplares, virá a lume em 1898, na editora Guillard, Aillaud & Cª, em Lisboa.
Pouco antes da sua partida para Paris, conhecerá António Nobre, Margarida de Lucena, apelidada de Purinha, divulgada no Só. Jovem da pequena aristocracia rural, segundo Mário Cláudio, na Fotobiografia que lhe dedicou, editada pelas Publicações Dom Quixote em 2002. Margarida de Lucena que conheceu em casa de amigos, na estrada da Beira, será sua namorada entre 1890 e 1896. Integrando uma prole numerosa, seriam cerca de quinze filhos, cumprirá pedido sagrado da mãe à hora da morte, nos últimos momentos de vida, recusando casar com o poeta porque não poderiam ser felizes. (carta de António Nobre a Margarida de Lucena de 16.5.1896 a partir de Davos-Platz).
Terminado o curso de Direito, regressa a Portugal, tendo por objectivo concorrer ao cargo de cônsul de primeira classe, onde obteve aprovação. Uma afecção pulmonar impossibilitará a sua actividade profissional, determinando a sua partida para a Suíça, a conselho médico. Desapontado com o tratamento na Suíça, em Portugal tenta a cura para o seu mal. No norte do país, por Lisboa e arredores, debalde busca o que não vai encontrando, resolvendo viajar até aos Estados Unidos da América, julgando obter benefícios com a travessia marítima. Em 1898 fixa-se na Ilha da Madeira, mas em vão. Não desistindo regressa de novo a Davos, depois de uma passagem por Londres, voltando ao sol do Monte Estoril, fixando-se, finalmente, em casa de seu irmão Augusto Nobre, na Foz do Douro.
Com o oceano à ilharga, sob o seu olhar, despede-se para sempre em 18 de Março de 1900. Em 1902, graças ao irmão Augusto sairá a primeira edição de Despedidas, contendo os poemas compostos entre 1895 e 1899.
Muito mais para enunciar. Acabamos por cair na prolixidade, com muito por dizer. É assim a subjectividade do apreciador. Antes que encerremos este texto de prazer, confiemo-nos a Raul Brandão que no volume I, Tomo III, escreve em palavras maviosas:
“Era um príncipe. Era uma flor delicada. Tinha nascido aristocrata e infantil. Sentíamo-lo um ser à parte! Extraordinário, artificial e sincero ao mesmo tempo. Fora de duas ou três pessoas, ninguém o devia compreender. Os homens dividem-se em príncipes e plebe”.
Nasceu, Camilo de Almeida Pessanha, de seu nome completo, a 7 de Setembro de 1867, em Coimbra, filho natural de Francisco António de Almeida Pessanha, de ascendência aristocrática, estudante de Direito, cuja carreira o guindará a juiz do Supremo Tribunal Administrativo, e de Maria do Espírito Santo Duarte Nunes Pereira, mulher de condição social inferior. Em 1867 morre Baudelaire que publicara em 1857 Les fleurs du mal, lançando as bases do simbolismo francês.
Graças ao nomadismo a que a profissão do pai o obriga, vê-se a residir em vários locais, durante a sua infância, nomeadamente, Açores, Mogadouro, Lamego, Vila Nova de Foz Coa e Vila Pouca de Aguiar, são alguns dos locais por onde Camilo passa. Em 1884, ingressa na Universidade de Coimbra, estabelecendo amizade com Alberto Osório de Castro, que perdurará para a vida.
Durante a sua passagem pela Universidade de Coimbra, são publicadas duas revistas que reflectem os movimentos literários da época: Bohémia Nova, baluarte do neo-garretismo com António Nobre e Alberto de Oliveira à frente e Os Insubmissos de pendor simbolista ou nefelibata, onde pontua Eugénio de Castro. Não colaborando em nenhuma destas revistas, Camilo Pessanha alia-se a Lomelino de Freitas que dirige a revista A Crítica, publicando aí o seu poema mais antigo, Lúbrica, datado de 14 de Outubro de 1885. Com recortes de crítica literária, colabora na revista Intermezzo e em O Novo Tempo.
Forma-se em Direito em 1891, sendo subdelegado do procurador régio em Mirandela em 1892, local onde passará algumas temporadas em férias na Quinta dos Marmelos, em casa da tia Maria Augusta. Antes de rumar a Macau, desempenhará o mesmo lugar em Óbidos, onde ocupará o lugar de professor do Liceu em 1894, tendo como colega Wenceslau de Moraes.
Em 1893, antes de partir para Macau, pede Ana de Castro Osório (1872-1935) em casamento, o que lhe é recusado, vindo a jovem a casar em 1898, com o político republicano Paulino de Oliveira, enviuvando em 1914.
Durante a sua permanência em Macau, além de professor, foi Reitor, colaborou em jornais, Conservador do Registo Predial, advogado, auditor do Conselho de Guerra, juiz, por motivo de licença ou de doença, esteve por quatro vezes na Metrópole, de Agosto de 1896 a Fevereiro de 1897, de Outubro de 1899 a Junho de 1900, de Agosto de 1905 a Janeiro de 1909 e pela última vez de Setembro de 1915 a Março de 1916.
Tendo-se dedicado ao estudo da língua e cultura chinesa, chegaram até nós Oito Elegias Chinesas, traduzidas, publicadas no jornal O Progresso, de Macau, em Setembro e Outubro de 1914. Grande colecionador de objectos de arte chinesa, ofereceu-os ao Estado Português.
Durante a sua última vinda a Portugal em gozo de licença de Conservador do Registo Predial, é visita assídua da família Castro Osório onde jantava e seroava. João de Castro Osório (1899-1970), filho de Ana de Castro Osório, que à data tinha 16 anos, recorda que o poeta, logo na primeira ou segunda visita, recitava com um estranho modo de dizer poesias, algumas das suas poesias. Nada estava escrito, tendo Camilo Pessanha, a pedido, colaborado na escrita dos poemas de sua autoria. João de Castro Osório na Clepsidra e outros poemas de Camilo Pessanha, Edições Ática, 1973, afirma que a memória de Camilo Pessanha era de uma estranha faculdade. Incapaz de fixar o caminho da Sé ao Rossio, tinha de cor todos os seus poemas e muitos outros daqueles poetas que admirava: Camões, João de Deus, Gomes Leal e Alberto Osório de Castro, dos portugueses, Verlaine e Ruben Dario, dos estrangeiros.
A publicação do livro de Camilo Pessanha, Clepsidra, teve lugar em 1920, contendo trinta poemas sem qualquer introdução e comentário, por D. Ana de Castro Osório, na Casa Editora Lusitânia, de que era directora e co-proprietária. A segunda edição de 1945, com nota explicativa de João de Castro Osório, contém 56 poemas.
Em meados de 1916, já Camilo Pessanha partira para Macau, Luís de Montalvor quis publicar na sua revista Centauro, poemas de Camilo Pessanha. Foi nesta revista que se fez a primeira publicação do conjunto de alguns poemas de Camilo Pessanha e que só depois se inicia a sua influência na poesia portuguesa – a imagem do fluir, marcas do efémero, reflexo crepuscular da morte indispensável para que o tempo velho se renove, numa coincidência com a época de revisão e mudança de valores que então se vive, numa afirmação de decadência, ou por outras palavras, a vida não vale pelo que é, mas pelo que dói. São 15 poemas cedidos pela escritora D. Ana de Castro Osório. De notar que o soneto Tatuagens, fora publicado no jornal Notícias de Bragança, em 15 de Março de 1913, sem título, com ligeiras alterações.
Conhecedor da existência de Camilo Pessanha e da sua obra, Fernando Pessoa, em carta que lhe dirige em 1915, lembra que se encontraram duas vezes, apenas tendo falado no “Suíço”, onde foi apresentado pelo general Henrique Rosa, tendo Camilo Pessanha recitado alguns dos seus poemas. Depois, por Carlos Amaro obteve cópias de alguns dos poemas de Camilo Pessanha que, confessa, sabe de cor e são fonte de exaltação estética. Apresentando-se como director da revista trimestral literária – Orpheu, solicita a inserção de poemas cujo título indica, no número 3 da revista Orpheu que não chega a sair, porque o pai de Mário de Sá-Carneiro não se mostrou disponível para a financiar. Só em 1984, o nº3 do Orpheu compilado por Arnaldo Saraiva será publicado, sem que algum poema de Camilo Pessanha tenha sido inserido.
De delicada constituição física que a fixação não debelou, vindo por vezes a Portugal para a cura dos seus males, Camilo Pessanha denunciava a cada momento o seu estado de degradação para o que contribuía a sua condição de opiomaníaco e assíduo bebedor de absinto, à maneira de Verlaine, seu inspirador. Fora feita a sua vontade, em Macau, a 1 de Março de 1926. Contava 59 anos, para a posteridade ficava a Inscrição que iniciava a obra-prima do simbolismo, de sua autoria – Clepsidra:
Eu vi a luz em um país perdido./A minha alma é lânguida e inerme./Oh! Quem pudesse
deslizar sem ruído!/No chão sumir-se, como faz um verme…
O enterro, por vontade do poeta, não teve música, nem coroas, nem acompanhamento religioso. Só um ramo de flores, levado por uma colega do Liceu.
Não foi adoptado o Acordo Ortográfico em vigor