Falando de… Chopin

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Chopin é polaco. Nasceu em 1810. De seu nome de baptismo Fryderyk Franciszek Chopin. Não se sabe ao certo a data do seu nascimento. Terá nascido em 22 de Fevereiro, mas, como muitas vezes acontece, só foi registado mais tarde em 1 de Março. Os estudiosos de Chopin, inclinam-se para esta data, em detrimento de 22 de Fevereiro, embora não existam provas concretas que confirmem nenhuma delas. O local é certo: uma casa rural térrea na propriedade do conde Sharbek, em Zelazowa Wola, pequena aldeia na margem do rio Utrata, a cerca de trinta quilómetros a oeste de Varsóvia. Hoje, a casa onde Chopin nasceu atrai anualmente um número considerável de peregrinos apesar de ali ter passado os primeiros sete meses da sua vida e do seu verdadeiro local de nascimento ter sofrido muitas modificações ao longo dos anos. Filho de Nicolas Chopin (1771-1844), nascido no seio de uma família de camponeses, em Marainville, aldeia da região de Vosges, no nordeste de França, o jovem Nicolas despertou a atenção de um polaco, Jan Weydlich, administrador da propriedade agrícola de um nobre polaco, o conde Michal Pac. Nicholas Chopin conviveu com os polacos desde tenra idade e quando em 1787, Weydlich resolveu voltar ao seu país de origem, Nicolas acompanhou-o, para fugir ao recrutamento para o exército francês. Uma vez na Polónia, Nicolas Chopin alistou-se na Guarda Nacional de Varsóvia, chegando ao posto de capitão, tendo sido ferido. Na sequência da derrota das forças polacas pela Rússia e pela Prússia, viu-se desempregado, sendo salvo pela sua língua materna. O francês era na altura a língua franca da aristocracia e da sociedade culta na Rússia e na Polónia, sendo moda essas famílias terem preceptores de língua francesa para os filhos, em 1794, Nicolas Chopin teve a sorte de conseguir esse trabalho junto da rica família Laczynki, nos arredores de Varsóvia. Perfeitamente integrado na sociedade polaca, Nicolas adoptou os hábitos, a cultura e a língua da sua pátria, ao ponto de ter mudado o nome de Nicolas para Mikolaj. A mãe Tekla Justyna Krzyzanowska, tinha vinte e seis anos quando casou com Mikolaj, em 1806. Do casamento nasceram, além do compositor, três raparigas: Ludwika(1807-1855), Izabela (1811- 1881) e Emília(1812-1827). Mikolaj lecionou língua e literatura francesa, no liceu de Varsóvia, que havia fundado recentemente um internato para os filhos da fidalguia. Ao mesmo tempo que Mikolaj se impunha como director de estudos, Justyna era preceptora de alguns rapazes. Foi neste enquadramento que decorreram os primeiros anos de vida de Chopin. O pai tocava um pouco de flauta, não podendo considerar- -se propriamente um músico. A mãe de Chopin tinha aprendido a tocar razoavelmente piano. Este instrumento tinha-se tornado um símbolo de distinção e tocá-lo era um dom indispensável para qualquer menino de boas famílias. Foi a mãe quem deu a Chopin as primeiras lições, aos seis anos já era evidente que o talento do rapaz justificasse um professor a sério, o que levou a família a recorrer a um velho amigo, um excelente pianista chamado Adalbert Zywny que foi seu orientador de 1816 a 1822, instilando em Chopin um perene amor a Bach, Haydn e Mozart e um cepticismo em relação a Beethoven, Hummel e Mascheles. A música de Bach, em particular, iria ter uma profunda influência no pensamento musical de Chopin, ao mesmo tempo que se interessava pela música polaca. Nos salões de Varsóvia, a forma mais popular de música era, na altura, a polonaise. Dois anos depois das suas primeiras lições com Zywny, por volta de 1818, era publicada a primeira composição de Chopin. Tratava-se de uma edição particular feita por um amigo de Chopin com a seguinte informação:” Polonaise em Sol menor, dedicada a Sua Excelência a Condessa Victoria Skarbek, composta por Frederik Chopin, músico de 8 anos de idade”. Mais ou menos, pela mesma altura, Chopin fazia a sua primeira aparição pública como pianista, sendo o seu talento extraordinário, motivo de conversa em Varsóvia. A Revista de Varsóvia, na sua edição de Janeiro de 1818, dedica-lhe um texto afirmando que Fryderyk era um autêntico génio nacional. Depressa Chopin se torna atracção, sendo muito requisitado para os salões da cidade. O seu talento abria-lhe as portas para todas as camadas da sociedade polaca, habituada a ouvir os melhores intérpretes de música erudita. Ainda, com 8 anos, a Imperatriz Maria Fyodorovna, mãe do czar e do Grão-Duque Constantino, visitou a sala de aula de Chopin e no liceu foi presenteada com duas Polonaises pelo compositor. Mais tarde, em 1822, aquando da criação do Conservatório de Varsóvia, Chopin terá como professor Jósef Elsner que lhe dará lições de teoria musical e de harmonia, tendo sido o seu único professor de composição. Em Setembro de 1825, Chopin iniciou o seu último ano no liceu. Aos seus trabalhos escolares e às frequentes apresentações nos salões de Varsóvia, vinha somar-se ao domingo o lugar de organista na Igreja das Visitandinas. Escreveu obras de todo o género – oratória, ópera, sinfonia, variações para piano, rondós, danças e uma adaptação da Paixão. Durante a segunda metade de 1827 e início de 1828, Chopin compôs a sua primeira obra para piano e orquestra. Depois dos exames, Chopin parte para Viena, aí, dará um concerto triunfal no Teatro Karntuerthon. Os seus amigos tinham partido; a situação política tinha mudado drasticamente. O país tinha-se transformado. Não sendo Chopin um activista político, a vida emocional lançara-o numa depressão, embora tivesse conseguido declarar-se a Konstancja Gladkowska. Obstinado, sai da Polónia, chegando a Paris com alguma dificuldade em meados de Setembro de 1831. Um ano depois, em 1832, a Polónia tornar-se-á uma província do Império Russo. Depressa fica conhecido como Fréderic Chopin. Paris era a capital do século XIX. Talvez inspirado pelo espírito da Revolução de 1789, aí se encontravam os espíritos criativos do século. Hugo, Heine, Lamartine, Chateaubriand, Baudelaire, Balzac, De Vigny, De Musset,George Sand, Ingres, Delacroix, e compositores pianistas como Liszt, Kalkbrenner, Pixis, Hiller, Herz e Alkan. Verdi e Wagner estavam ainda na adolescência. Listz tinha acabado de fazer vinte anos. Schumann e Chopin tinham vinte e um. Mendelssohn vinte e dois, Berlioz vinte e oito. Desde sempre existiu uma forte ligação entre a Polónia e a França. Grande número de refugiados, com destaque para muitas das famílias endinheiradas da aristocracia, com as quais Chopin se tinha relacionado em Varsóvia, procuraram o conforto que a sua terra pátria não lhes proporcionava. Em Paris estavam, também, os amigos dos tempos de estudante de Chopin. Os pianistas afluíam em massa à capital. Chopin estava no lugar certo na altura certa. Não faltavam senhoras que manifestassem interesse por ele. Finalmente, ao cabo de vários adiamentos, chegou a estreia de Chopin em Paris, com o apoio de Kalkbrenner. O local de estreia seria a Salle Pleyel a 15 de Janeiro de 1832, mas adiada para 25 de Fevereiro por Kalkbrenner estar a passar mal. O público, em que se incluíam Liszt, Mendelssohn, Heize e Pixis aplaudiram entusiasticamente. Apesar dos êxitos alcançados, Chopin confessava que não tinha vocação para dar concertos. A multidão intimidava-o e sentia-se asfixiado pela sua respiração ansiosa, paralisado pelos seus olhares inquisitivos, silenciado pelas suas faces estranhas. Vivendo um período de alguma dificuldade, é apresentado ao Barão Rothschild, o filho mais novo da mais importante família de banqueiros da Europa do século XIX. Com Rothschild abriram-se as portas de todas as famílias mais importantes de Paris. Em poucos meses Chopin tinha-se mudado para um apartamento de luxo, gabando-se de ter criado e carruagem, vestindo- -se em algumas das lojas mais elegantes de Paris, ao mesmo tempo que se sentava à mesa com embaixadores, príncipes e ministros. Dava lições, praticando honorários excepcionalmente altos, podendo cobrar vinte francos por lição, quando o salário médio de um parisiense não qualificado não ia além de um franco diário. Em Paris, raramente punha os pés na igreja, onde em todas as missas se rezava pela libertação da Polónia, sendo dos poucos compositores que não escreveu música religiosa. A relação de amor e ódio de Chopin com Liszt data dos seus primeiros dias. Chopin tinha cerca de metro e setenta de altura, olhos azuis acinzentados, cabelo louro escuro e sedoso e um pronunciado nariz Bourbon. Em 1840 pesava menos de quarenta e cinco quilos Liszt achava que a sua figura franzina e transparente enfeitiçava o olhar. O seu porte distinto, os seus modos tão instintivamente artísticos que toda a gente o tratava como se ele fosse um príncipe. Os seus modos eram cheios de graciosidade e falava num tom de voz tão baixo que chegava a ser sibilado. Chopin não deu mais de trinta concertos públicos, mas a impressão deixada por essas poucas apresentações foi suficiente para fazer dele um intérprete lendário. Os seus rendimentos provinham sobretudo das aulas e das vendas da sua música. Para além de um compositor de génio, era também um professor exímio. Durante muitos anos, a sua fama de pedagogo chegou muito longe, trazendo-lhe alunos, não só de França e Polónia, mas também da Lituânia, Rússia, Boémia, Áustria, Alemanha, Suíça, Grã-Bretanha, Suécia e Noruega. Chopin tratava os seus alunos com exemplar cortesia, paciência e perseverança, embora as aulas, por vezes, chegassem a ser tumultuosas. A epidemia da gripe de 1835, deixou Chopin com bronquite e a tossir sangue. Em resultado de doença grave contraída em Heidelberg, começaram a correr rumores da morte de Chopin, que chegaram a Varsóvia Em Setembro de 1836. Chopin propôs casamento a Maria Wodzinska. Ela aceitou, mas a família foi mais prudente, aconselhando-o a evitar as noitadas e a cuidar da saúde, embora o relacionamento se mantivesse através de cartas. Os Wodzinska tinham decidido que a filha não poderia casar-se com um homem de tão frágil constituição. Sendo a vida e as vontades de Maria controladas pelos pais. Entretanto conheceu George Sand. Chopin não ficou nada impressionado com aquela escritora baixa e roliça que vestia roupas de homem, fumava charuto e escrevia sob pseudónimo masculino, ao ponto de ter um dia comentado: “Que mulher tão pouco atraente é La Sand. Será mesmo mulher?”. Na noite de 8 de Março de 1838, Chopin foi um dos convidados para jantar no apartamento do seu amigo Marquês de Custine. Entre os convidados estava George Sand que ao ouvi-lo tocar se apaixonou por ele. Afinal, quem era esta mulher que usava calças, fumava charuto e escrevia romances sob pseudónimo masculino, frequentadora habitual dos salões mais chiques, amiga da nata de Paris? George Sand nasceu em 1804 e foi baptizada como Amandine Aurore Lucie Dupin. Segundo escreve na sua biografia Histoire de ma vie, publicada em 1855, foram os conflitos de classe no seio da sua família mais próxima que enformaram a sua vida e a sua consciência social. Aos 18 anos casou-se com Casimir, filho do barão Dudevant de quem teve dois filhos, Maurice (1823) e Solange (1828). Casimir era um parceiro inadequado para um espírito independente, boémio e amante da vida. Ao fim de nove anos deixou-o e mudou-se para Paris com os filhos, decidida a ganhar a vida como escritora. O primeiro de uma série de amantes de Aurora, foi o escritor Jules Sandeau, a cujo apelido foi buscar o pseudónimo. A este seguiram-se Prosper Merimée, Alfred de Musset, Michel de Bourges, Pietro Paello e, quase de certeza, Liszt. Em Inglaterra, George Sand era considerada uma influência nefasta, anti-casamento e uma ameaça à unidade familiar. Fisicamente não era uma beldade convencional, media menos de metro e meio de altura e era roliça, mas o seu magnetismo compensava tudo. Sand iria ser para Chopin durante nove anos, um esteio e de longe, a pessoa mais influente que entrou na sua vida. Nessa altura, Sand já estava legalmente separada do marido, mas ainda estava no meio de um caso amoroso com o dramaturgo Mallefille(1813-1868). Vivendo juntos, decidiram ir residir para Maiorca, juntamente com os filhos, Maurice, Solange e a criada. Inicialmente, tiveram alguma dificuldade em arranjar alojamento. Finalmente descobriram a cerca de cinco quilómetros da cidade uma casinha chamada “Villa Sou Vent”. Passado pouco tempo, em Dezembro de 1838, confessava que andava com uma tosse de cão. Os médicos diagnosticaram-lhe tuberculose, e como era seu dever, participaram o caso às autoridades. O senhorio foi informado e apressou- -se a exigir a partida da família, além de uma quantia exorbitante para substituir a mobília e decorar de novo toda a casa. Chopin e Sand escolheram, então, um espaço alternativo para viver: um velho mosteiro cartuxo, abandonado, em Valldemosa. As instalações eram deficientes. Os camponeses de Valldemosa tinha tomado de ponta os seus estranhos visitantes que se isolavam, não iam à igreja e menosprezavam todo o tipo de convenções sociais, ao mesmo tempo que tinham ganho grande aversão ao comportamento daquela mulher impaciente e arrogante que voltava as costas à igreja, mas mesmo assim ousava instalar-se numa cela monástica com um homem que não era seu marido. A 11 de Fevereiro de 1839, Chopin e Sand resolveram, de repente, fazer as malas e regressar a Paris, adiantando a partida que estava programada para Maio. Instalado em Nohant, propriedade herdada por George Sand, Chopin desfruta de uma vida familiar estável, o que não lhe acontecia desde que partira de Varsóvia. O Verão no campo era mais propício a um trabalho continuado de composição, ao ponto de quase toda a música de Chopin dos anos seguintes ter sido composta em Nohant. Em 1840, Chopin adoece com dores no peito, Jan Matuszynski, médico, seu amigo, estava convencido que Chopin estava a ser consumido pela tuberculose. A convite da família real, deu um concerto nas Tulherias a 2 de Dezembro, na presença de 500 convidados. Apesar do generoso presente de peças de porcelana com que foi brindado, o acontecimento deixou-o deprimido. Foi a última vez que tocou na corte francesa. Depois de ter estado quinze dias de cama com uma inflamação na boca e nas amígdalas, sendo levado para Nohant por George Sand, em Fevereiro de 1844 voltou a adoecer, desta vez, da epidemia de gripe que tinha assolado Paris. No Inverno, os ataques matinais de tosse de Chopin tornam-se mais longos, deixando-o, muitas vezes, sem forças para andar, com dificuldade em respirar, raramente convivendo. Chopin e George Sand chegam à incompatibilidade. George Sand destruirá todas as cartas que Chopin lhe tinha escrito, Chopin, por seu turno, guardará todas as cartas de Sand, conservando uma madeixa do cabelo dela. Levando consigo, até à morte para toda a parte o primeiro bilhete que dela tinha recebido. Com a revolução em França, de 1848, que acabara com a monarquia e levara à constituição da república, Chopin viu-se a viver sozinho com rendimentos muito reduzidos. O seu estado de saúde tinha-o obrigado a reduzir o número de aulas que dava, diminuindo os seus proventos. Face às dificuldades que enfrentava, surge por parte de Jane Stirling uma oportunidade para se deslocar a Inglaterra, onde poderia dar concertos, ganhar dinheiro e divertir-se. Tudo estaria à sua disposição por parte de Jane. Na última semana da sua vida, amigos e conhecidos acotovelavam-se para apresentar asvsuas últimas homenagens. Deu instruções para que todos os seus manuscritos incompletos fossem destruídos, só sendo publicadas as obras acabadas. No seu funeral devia ser tocado o Requiem, de Mozart. O seu coração devia ser extraído do corpo e enviado para Varsóvia. Pediu, ainda, para que o seu corpo fosse aberto para não ser enterrado vivo. No dia 16 de Outubro de 1849, Chopin entrou em agonia. Pediu música. Tocaram Mozart. Eram cerca das 2 horas da madrugada quando expirou. Tinha trinta e nove anos. O coração de Chopin foi retirado, e depois, levado o corpo para a cripta da Madeleine. Quase duas semanas depois, a 30 de Outubro, realizava-se o funeral. Tinham sido convidadas três mil pessoas. Milhares de pessoas acompanharam o féretro de cerca de cinco quilómetros, até ao cemitério do Père Lachaise, onde a campa se encontra adornada por um monumento de autoria de Clésinger. George Sand não esteve presente, tendo Jane Stirling custeado todas as despesas do funeral. Chopin não compôs mais de trinta canções em toda a sua vida. Algumas nunca foram passadas a escrito, outras não passaram de esboços. Nenhuma foi publicada em vida do compositor. Todas as canções de Chopin são arranjos de poemas polacos, na sua maioria escritos por contemporâneos das suas relações. Chopin escreveu quatro Sonatas – três para piano solo e uma para violoncelo e piano. Das Valsas de Chopin, apenas oito foram publicadas em vida do compositor. As Mazurcas são as obras mais características de Chopin, aquelas que revelam todas as facetas da sua personalidade e todas as suas emoções. Foi uma forma a que se dedicou desde a adolescência até à morte. Existe um total de sessenta e duas Mazurcas, sendo quarenta e uma publicadas em vida de Chopin. O nocturno é uma forma musical associada a Chopin, designando um serviço da Igreja, originariamente destinado a ser celebrado à noite. O primeiro dos dezoito Nocturnos publicado em vida, foi escrito em 1827, editado postumamente. Um prelúdio é normalmente uma peça de música introdutória, por exemplo, a abertura de uma suite. Estes Prelúdios não prefaciam nada, são simplesmente ideias autónomas, poemas tonais em miniatura, que exploram uma infinidade de cambiantes, de sentimentos e humores. Oito deles duram menos de um minuto, só três duram mais de três minutos. Só por si os 24 Prelúdios teriam bastado para dar a Chopin o direito à imortalidade. E foi a leitura de livros encontrados em espaços distantes do público, que se vão mantendo vivos, que encontrámos o conhecimento que nos faz indivíduos cada vez mais capazes, em condições de compartilhar o que nos vai sendo proporcionado. De Chopin, figura existente em nós desde há muito, finalmente, em palavras escritas. Compositor e George Sand a fazer parte do nosso acervo memorial. Texto partilhado com quem quiser saber, não fosse a vida, o viver melhor uma partilha constante e diária…

João Cabrita