O que é a pneumonia?
É uma inflamação dos pulmões que tem como causa diferentes agentes infecciosos, sendo o Streptococcus pneumoniae (pneumococos) a bactéria mais frequentemente responsável por causar pneumonia bacteriana - pneumonia pneumocócica.
Esta inflamação leva a que os alvéolos pulmonares fiquem preenchidos com líquido, o que dificulta as trocas gasosas normais e reduz a elasticidade do pulmão, provocando dificuldade respiratória. É transmitida através do contacto direto com secreções respiratórias (tosse, espirros, entre outros) de um doente ou de um portador saudável.
Quais são os sinais
e sintomas?
A doença pneumocócica não apresenta sintomas específicos que permitam um diagnóstico precoce e imediato. Normalmente, a sintomatologia que se observa é comum a outras doenças do sistema respiratório, incluindo a outras pneumonias.
De uma forma geral, a pneumonia pode apresentar-se sob a forma de febre, suores ou arrepios, tosse com ou sem expetoração (de cor amarelada ou esverdeada), dor torácica que agrava com os movimentos respiratórios, dores musculares, cansaço generalizado, perda de apetite e dificuldade respiratória. Estes sinais ou sintomas podem ser de intensidade ligeira a grave, dependendo de fatores como o microorganismo causador da doença, da idade da pessoa, do seu estado geral de saúde e do uso de terapêutica adequada.
É possível prevenir a pneumonia pneumocócica?
Apesar de ser facilmente evitável e tratável, segundo os últimos dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde, a pneumonia surge como uma das principais causas de hospitalização e mortalidade em Portugal. Sendo, por isso, uma doença tão prevalente e letal, torna-se fundamental implementar e cumprir medidas de prevenção. A principal forma de prevenir esta doença é a vacinação contra os principais agentes causadores, como o pneumococos.
Atualmente, as vacinas aprovadas e utilizadas para a prevenção da doença pneumocócica, em Portugal, são a Pneumovax 23® e a Prevenar 13®, constituídas por 23 e 13 serótipos, respetivamente. A Prevenar 13® é aquela que é administrada no âmbito do Programa Nacional de Vacinação.
Quem deve ser vacinado?
Segundo o Plano Nacional de Vacinação, a vacina pneumocócica deve ser administrada em três doses: aos 2, aos 4 e aos 12 meses de idade.
Adicionalmente, adultos com doenças crónicas ou considerados de alto risco também têm direito a vacinação gratuita, nomeadamente pessoas saudáveis com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos com diabetes, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica, insuficiência respiratória crónica, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca; doença hepática crónica, doentes oncológicos ou outros doentes imunocomprometidos, incluindo doentes a aguardar transplante de órgão.
Assim, utentes com 65 ou mais anos com critérios clínicos de vacinação gratuita no Serviço Nacional de Saúde podem agora optar por adquirir as vacinas nas farmácias, auferindo do regime de comparticipação de 69%, que abrange ambas as vacinas existentes. Todos os adultos com 65 ou mais anos têm um regime de comparticipação de 69% na Pneumovax 23®. A restante população não abrangida nas condições referidas, caso tenha indicação médica para vacinação, pode adquirir a vacina comparticipada pelo estado em 37%, mediante apresentação de prescrição médica.
Quando vacinar?
Poderá vacinar-se por iniciativa própria ou por indicação médica em qualquer altura do ano. Fale com o seu médico ou enfermeiro de família para obter mais informações.
Qual é a eficácia da vacina?
A vacina anti-pneumocócica é a forma mais eficaz de prevenir a doença/morte e de alcançar a imunidade de grupo, que é um dos principais objetivos da vacinação. A sua eficácia varia entre os 89% e os 97% e está comprovada em todas as faixas etárias, incluindo na prevenção das formas mais graves da doença.
A vacinação antipneumocócica afigura-se como a principal forma de proteção da população em risco, pelo que é fundamental atingir uma maior taxa de crianças e adultos vacinados.
Sendo a vacinação um direito e um dever de todos os cidadãos, é importante que participe ativamente na decisão de se vacinar, com a consciência de que está a defender a sua saúde, a Saúde Pública e a praticar cidadania.
Fale com o seu médico ou enfermeiro de família e vacine-se!
Ana Navega, Interna de Medicina Geral e Familiar na ULS do Nordeste - UCSP T. de Moncorvo
Diana Malhão, Interna de Medicina Geral e Familiar na ULS do Nordeste - UCSP Mirandela I
Sara Carlos, Interna de Medicina Geral e Familiar na ULS do Nordeste - UCSP Bragança - Sé