Dor – Não sofra em silêncio!

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A dor pode ter diversas causas. Nalguns casos relaciona-se diretamente com o problema que a causou, como a dor que surge após uma queimadura na pele. Noutros casos, é mais difícil de perceber o que a provoca, podendo ser necessária uma observação aprofundada por parte dos profissionais de saúde.

O que é a dor aguda?

A dor aguda é definida como dor de curta duração e/ou com uma causa fácil de identificar. É geralmente um alerta. Carateriza-se por ser rápida e incisiva, seguida de dor mais ligeira. Os analgésicos controlam quase sempre este tipo de dor.

 

E o que é a dor crónica?

A dor crónica é geralmente definida como uma dor que dura pelo menos 6 meses, ou que tem duração para além do considerado normal para a cicatrização, ou ainda que dura para além da razão que a provocou.

O tratamento deste tipo de dor é quase sempre mais difícil do que o da dor aguda.

Quando o motivo é uma doença oncológica (cancro), a dor, porque pode resultar de muitos fatores, é mais difícil de tratar. Por essa razão, o doente com dor crónica oncológica, durante o seu tratamento, deve ser avaliado frequentemente. Pretende-se que não tenha dor e possa usufruir do maior bem-estar possível, com qualidade de vida e dignidade. Existem vários tipos de medicamentos que por vezes têm de ser usados em conjunto.

 

Alívio da dor

å O seu médico assistente saberá avaliar o seu caso e receitar o que estiver mais adequado para si. Se não houver alívio, podem tentar-se outros medicamentos, pois existem vários igualmente seguros e que podem estar mais indicados para o seu caso;

å Nenhuma medicação deverá ser tomada sem o conhecimento do seu médico e não deve suspender nenhuma medicação sem consultar o médico que a prescreveu;

å Não fique com dúvidas. Tudo o que não entender, nas instruções dadas pelo médico ou enfermeiro, pergunte, até que tudo fique claro. A relação de confiança que tem com os profissionais de saúde permitir-lhe-á colocar qualquer tipo de dúvida para ficar esclarecido e o tratamento resultar o melhor possível.

Deverá saber o que tomar, quando tomar e os efeitos que lhe poderá provocar para além de tirar a dor.

 

Questione o seu médico

Quanto melhor compreender o tratamento que o seu médico lhe indicar, melhor se sentirá. Não espere para fazer perguntas. A dor pode fazer com que se sinta triste, zangado, mais frágil ou só. Muitas pessoas têm aprendido a ultrapassar estes sentimentos através de aconselhamento tradicional ou grupos de apoio a doentes. Pergunte ao seu médico como encontrar estes serviços.

Respondemos à dor de diferentes formas. Algumas pessoas chegam a acreditar que o reconhecimento da dor é um sinal de fraqueza. A dor crónica é uma doença. Deverá esperar ser tratado para a dor, tal como espera ser tratado para qualquer outro problema médico.

Reveja as seguintes perguntas sobre o tratamento da dor para que possa discutir este aspeto com o seu médico:

1. O que poderá estar a provocar os meus sintomas?

2. A minha dor pode ser tratada com sucesso? O que poderei esperar?

3. Quanto tempo durará, sem alívio, a dor que sinto? Quanto tempo durará o tratamento?

4. Que medicações irei precisar de tomar e quais os seus efeitos secundários?

5. De que forma a nova medicação poderá afetar a medicação que já estou a tomar?

6. A condição que causa a dor que sinto é hereditária?

7. Poderei fazer mais alguma coisa, além da toma da medicação, para aliviar a dor?

8. Poderá a dor que sinto ser um sintoma de outra doença? Se sim, qual?

9. Irá a dor que sinto piorar com a idade?

10. Haverá a necessidade de vigiar ao longo do tempo os meus sintomas, doença ou a sua progressão?

 

Existe o risco de dependência com analgésicos fortes?

O receio de dependência destes medicamentos não se justifica, tendo em conta os dados de estudos científicos recentes.

 

Irei necessitar de doses mais elevadas após algum tempo?

Os analgésicos fortes mantêm sempre o seu efeito. As doses devem ser adaptadas em função da intensidade da dor: aumento de dose se houver aumento de dor, mas também redução de dose quando há redução da intensidade de dor.

 

Que efeitos secundários devo esperar?

O paracetamol é um dos fármacos com menos efeitos secundários.

A aspirina, tal como outros fármacos anti-inflamatórios, podem causar sintomas indesejáveis a nível do estômago e intestino grosso, pelo que devem ser sempre tomados com as refeições.

Os medicamentos opióides fracos e fortes têm o mesmo perfil de efeitos secundários: náuseas e tonturas que normalmente desaparecem ao final de uns dias. A prisão de ventre foi também frequentemente observada, mas esta pode ser ultrapassada com a toma reforçada de líquidos, alimentos ricos em fibras, exercício físico, entre outros.

 

Tenho que esperar que a dor volte antes de tomar a minha medicação?

Não, pelo contrário: esteja sempre um passo à frente da sua dor. No tratamento da dor grave e contínua, o objetivo é eliminar a dor, mantendo esse estado. O controlo permanente da dor é essencial.

Em simultâneo, não existirá qualquer “dependência” ao fármaco: não sentirá necessidade do mesmo, uma vez que o seu efeito se mantém ao longo do tempo.

 

O que é a utilização de uma escala de dor?

A escala de dor desde “0” (sem dor) a “10” (pior dor imaginável) permite ao doente e ao seu médico “medir” a dor sentida. É também útil no sentido de alertar o doente para a dose de medicação adequada e suficiente para o alívio da dor.

 

Se o médico prescrever um opióide forte, pode ser substituído na farmácia?

Não. Nos termos do artigo 1.º da Portaria n.º 1193/99, de 29 de setembro, o modelo de receita médica especial não possibilita a substituição do medicamento prescrito.

 

Fonte:

Direção Geral da Saúde