Ter, 16/01/2024 - 11:25
Ainda não há data para a reabertura da urgência médico cirúrgica do hospital de Mirandela. Está encerrada desde o dia 8 de Outubro, por causa de se terem alocado os três cirurgiões, que ali trabalhavam, à unidade de Bragança, para reforçarem as escalas no hospital da capital de distrito, numa altura em que a maioria dos médicos se recusava em cumprir horas extraordinárias. Aquilo que parecia ser uma medida provisória está a arrastar-se e, dada a inquietação, os autarcas dos sete municípios do sul do distrito, servidos por aquela unidade, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, reuniram, na semana passada, com a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste. As respostas foram poucas ou nenhumas. Assim, a preocupação e o alarme permanecem de mãos dadas. Segundo a presidente da câmara de Mirandela, onde a reunião decorreu, os autarcas ficaram “cientes” das “dificuldades”, mas não ficaram “tranquilos” e estão, por isso, “muito preocupados”. “Não sabemos quando vai reabrir a urgência”, rematou a socialista Júlia Rodrigues, que disse ainda que se espera que logo que se resolva a questão da classe médica se possa reabrir a urgência, acreditando que é também essa a vontade da administração da ULS do Nordeste. A Unidade Local de Saúde nunca se pronunciou sobre este encerramento. Mesmo após a reunião, a administração continua a não querer prestar grandes esclarecimentos e o presidente desta, Carlos Vaz, aos jornalistas disse apenas que “isso era com a Drª Júlia (autarca de Mirandela)”. Ainda assim, deixou uma garantia. “Assim que tivermos condições, será reaberta”, assumiu Carlos Vaz. Mas datas… não há. E nada mais o presidente da administração da ULS do Nordeste disse. De entre todos estes concelhos transmontanos, Freixo de Espada à Cinta é o que está mais distante de todos os hospitais. Até Bragança gastam-se 1h45m e até Vila Real são duas. Assim, Mirandela, está claro, era um ponto bastante central e é por isso que Nuno Ferreira, presidente da câmara de Freixo, não quer aceitar que a unidade feche portas de vez. “Este hospital é o que está mais próximo. Aquilo em que acreditamos é que a palavra dada seja palavra honrada e este é o tempo de defender a região e não o tempo de cada um olhar para o seu município. Estamos todos do mesmo lado para evitar este encerramento”, admitiu. Já o presidente da câmara de Torre de Moncorvo disse que é melhor arranjar-se uma “solução” para “defender” os utentes do que “ter uma solução que engana os utentes”, uma vez que “ter um médico em Mirandela e outro em Bragança é o mesmo que nada”. “É um logro”, disse Nuno Gonçalves, que considera que não é “razoável” ainda não haver ainda uma proposta de como resolver o problema. Os autarcas destes concelhos garantiram que vão esperar mais algum tempo, mas se a urgência não for reaberta pretendem agendar uma reunião com a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde e com o Ministro da Saúde.