Ter, 12/03/2024 - 10:35
Duas mulheres de Mirandela tiveram as consultas de pré-natal marcadas para uma data em que os bebés até já tinham nascido. A Unidade Local de Saúde do Nordeste agendou a consulta para depois do nascimento dos bebés, quando devia ter sido feito quando a mulher estivesse grávida de 12 semanas. A consulta de Melanie Gonçalves foi marcada para Agosto de 2023, quando a bebé já tinha nascido há três meses. “Recebi, no final de Janeiro, deste ano, uma mensagem, via SMS, da ULS Nordeste, a desmarcar uma consulta que tinha sido agendada para Agosto de 2023, quando, na altura o bebé já tinha nascido em Maio”, contou à rádio local. Além de ter sido marcada para uma data completamente depois da que era recomendada, ainda recebeu uma mensagem a Unidade Local de Saúde do Nordeste a reagendar para nova data. A situação foi idêntica com Andreia Reis. Viu a consulta ser marcada para Agosto de 2023 mas, uma vez que estava grávida desde Abril, já não fazia sentido. O caricato foi que em Janeiro recebeu uma mensagem da ULS do Nordeste a desmarcar essa consulta e a reagendá-la para quando o bebé até já tinha nascido há mais de um mês. Além das consultas pré- -natal terem sido agendadas depois das 12 semanas, as mães queixaram-se também do serviço prestado na realização das ecografias. Melanie Gonçalves foi obrigada a recorrer ao privado, porque “demoraram muito tempo a marcar consulta” e também porque o médico “meteu baixo” no “último mês” da gestação. “Só quinze dias antes de ela nascer é que me chamaram e deram-me a carta para ir para Bragança”, disse. Andreia Reis tinha que recorrer a Vila Real, porque as consultas eram desmarcadas sem qualquer reagendamento. “As consultas de obstetrícia eram sempre marcadas para quinta-feira, e muitas vezes, na véspera, era enviada uma mensagem a dizer que a consulta tinha sido desmarcada e nunca tinha nova data e aconteceu estar dois, três e quatro meses sem conseguir consulta aqui, pelo que tive de me deslocar algumas vezes a Vila Real para conseguir fazer a ecografia mensal porque aqui não conseguiam dar-me apoio”, contou. O Jornal Nordeste, em Maio do ano passado, também deu a conhecer o caso de uma grávida de Mirandela que só teve agendada a primeira consulta para quando já estava de oito meses de gestação. Contactámos a Unidade Local de Saúde do Nordeste para obter esclarecimentos, mas não respondeu até ao fecho desta edição.