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Trás-os-Montes no coração

Ter, 02/08/2005 - 15:44


A fronteira de Quintanilha vê passar, Verão após Verão, milhares de emigrantes que se deslocam para diferentes pontos do País para passarem as férias.

Depois de largos meses de trabalho num país estrangeiro, a maioria dos emigrantes regressa à terra natal para matar saudades. A família, as paisagens e a comida são os principais atractivos que levam aqueles que estão fora do País a percorrer milhares de quilómetros, para visitarem a terra onde nasceram.
Manuel Moutinho é natural da aldeia de Lavandeira, no concelho de Carrazeda de Ansiães, e está emigrado no Luxemburgo há 18 anos.
O trabalho é o principal motivo que separa a família Moutinho do seu País e as saudades de Portugal levam estes emigrantes a percorrer várias estradas da Europa, para chegarem a Lavandeira.
“A primeira coisa que vou fazer quando chegar à minha terra é dar um beijo à minha mãe que já não vejo há muito tempo e já está à minha espera”, desabafa Manuel Moutinho.

Emigrantes matam saudades

Apesar da viagem ser cansativa, Maria Augusta Pereira visita Portugal sempre que pode. Esta emigrante costuma acompanhar o que se passa na sua terra natal através da televisão portuguesa e também mantém o contacto com os familiares, para saber as novidades da terra.
A primeira coisa que Maria Augusta Pereira vai fazer quando chegar a Portugal, tal como a maioria dos emigrantes, é descansar e visitar os familiares, nomeadamente os filhos que estão a estudar no País natal.
A ansiedade de chegar a Portugal é o sentimento demonstrado pelos emigrantes, que contam os minutos para chegar ao destino. Esta realidade é testemunhada por José António, natural da aldeia de Aguieiras, no concelho de Mirandela.
“Estou sempre ansioso de chegar à minha terra. Já estou em França há 69 anos, mas Portugal continua a ser o meu País e tenho-o sempre no coração”, confessa este emigrante.

Com Portugal no coração

Já Paulo Ruão, também natural de Aguieiras, casou no país onde trabalha e neste momento tem a família dividida entre Portugal e França. Contudo, as férias são sempre passadas no seu País natal e a família francesa aproveita para conhecer Portugal.
“As saudades da minha terra natal já são muitas. Quando chegar a Aguieiras, depois de ver a família, vou beber uma cerveja portuguesa”, realça este emigrante.
Este ano, os emigrantes têm à sua espera, na fronteira de Quintanilha, uma equipa da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e do Fórum Theatrum, que pretendem receber da melhor forma aqueles que deixaram Portugal e partiram em busca de uma vida melhor.
Segundo o coordenador da juventude da CVP, Milton Roque, esta recepção tem como principal objectivo fornecer informação aos emigrantes e, ao mesmo tempo, prestar alguns cuidados de enfermagem àqueles que se sentirem mais cansados.
O Fórum Teatrum também participou nesta acção e forneceu garrafas de água, bem como informação sobre a cidade aos interessados.
Os Bombeiros Voluntários de Bragança também deram as boas-vindas aos emigrantes e aproveitaram esta acção para fazer um peditório e tentar angariar sócios.
A acção de acolhimento aos emigrantes teve início na passada sexta-feira e vai continuar até amanhã.