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Trabalhadores da Faurecia voltaram a fazer greve

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Ter, 02/04/2024 - 12:57


Os trabalhadores da Faurecia, fábrica de componentes de automóveis em Bragança, estiveram em greve, na passada quarta-feira

Os trabalhadores querem um aumento salarial de “75 euros” em relação ao ordenado de Janeiro de 2024, mais “avaliações de desempenho” e também uma actualização do subsídio de alimentação, passando dos “seis euros para os oito euros”. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte, a empresa apresentou uma proposta de aumento salarial de “60 euros”, mas referente a Dezembro de 2023, ou seja, quando o salário mínimo ainda era inferior a 800 euros. O delegado sindical Márcio Pinheiro explicou que os trabalhadores consideram os “aumentos insuficientes e injustos” e, por isso, decidiram avançar com a greve. “O aumento de 60 euros que sugeriram se fosse incrementado em relação a 1 de Janeiro de 2024, os trabalhadores estavam dispostos a aceitar, como foi em relação a Dezembro de 2023 e havia salários a 785 euros, os trabalhadores acharam insuficiente. Para se ter noção, pessoas que recebiam 785 euros, com a actualização do salário mínimo para 820 em Janeiro, ia-se reflectir em cerca de 15 ou 20 euros a mais e para essas pessoas é muito pouco”, disse. A adesão à greve foi “muito positiva”, com trabalhadores a fazerem greve pela “primeira vez”. Segundo Márcio Pinheiro, o turno da noite foi o que teve menos adesão, mas ao longo do dia cerca de “70 a 80%” dos trabalhadores fizeram greve. Os lucros da Faurecia apresentados nos últimos anos e os baixos salários estão a deixar “as pessoas cansadas”. “A fábrica nos últimos seis anos teve 120 milhões de euros de lucro, com anos de covid, anos de guerra, falta de componentes e mesmo com esses lucros todos não é capaz de fazer aumentos sérios aos trabalhadores que são necessários”, disse o delegado sindical. O Jornal Nordeste contactou a administração da empresa para obter esclarecimentos, mas recusou-se a prestar declarações. Durante décadas os trabalhadores não fizeram qualquer protesto, mas no espaço de menos de dois anos já foram convocadas várias greves.

Jornalista: 
Ângela Pais