Rodonorte pode deixar de fazer alguns troços devido ao aumento do preço dos combustíveis

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Ter, 19/10/2021 - 09:59


Empresa opera essencialmente nos distritos de Bragança e Vila Real

Os preços elevados dos combustíveis podem pôr em causa os transportes de passageiros na região. A Rodonorte, que actua maioritariamente nos distritos de Bragança e Vila Real, está a tentar arranjar estratégias às entidades que solicitam os serviços para tentar minimizar os custos, que diz serem “insuportáveis”. Segundo o administrador da Rodonorte, devido à procura ser “diminuta”, está ser ponderado “diminuir algumas frequências” de percursos. “Se uma viatura, por dia, tem cinco horários pode passar só para três ou quatro. Há aqui uma série de situações que estão a ser analisadas e que, a seu tempo, podem ter impacto”, referiu Jorge Santos. No entanto, as consequências podem ser bem mais graves, já que há troços que podem mesmo deixar de ser feitos. Jorge Santos explicou que, especialmente, no distrito de Bragança, o transporte já é bastante deficitário, uma vez que a baixa densidade populacional se traduz na pouca procura. Ainda assim, foram “sendo encontradas formas de mitigar os défices que existem”, mas isso poderá estar por um fio. “Com esta subida dos combustíveis, neste momento, está completamente desfasado o ponto de equilíbrio que existia em algumas das concessões. Temos que fazer aqui um equilíbrio económico-financeiro sob pena de o transporte, que já por si era deficitário, chegar a uma situação de ruptura absoluta. Há rotas que podem deixar de ser feitas. Se não chegarmos a nenhuma solução que nos permita equilibrar do ponto de vista económico estas concessões não teremos outra alternativa”, afirmou. O regresso às aulas presenciais voltou a trazer alguma agitação nos transportes, mas os custos continuam a ser superior aos ganhos, já que o preço dos bilhetes parece estar inalterável, o que provoca um défice nos balanços financeiros da empresa. “Estamos a recuperar de uma crise que assolou o país e o mundo. Ser confrontados com estes aumentos é muito complicado”, frisou Jorge Santos. Esta segunda-feira, o preço do gasóleo e da gasolina voltou a aumentar. Portugal é o sétimo país da União Europeia com os combustíveis mais caros.

Mariana Ribeiro: “O preço do bilhete já aumentou. Eu pagava seis euros há duas semanas, agora pago 10,80 euros. Fica muito complicado para os meus pais, porque é uma família grande"

Rita Magalhães: “Já notei diferença no preço. Há dois anos de Bragança até ao Porto o preço dos bilhetes era sete euros, agora é 10,80. Muita gente, em vez de ir todos os fins-de-semanas a casa, passa a ir de 15 em 15 dias"

Jornalista: 
Ângela Pais