Ter, 31/10/2023 - 11:51
De acordo com o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tavares, na inauguração do regadio da Camba, na passada sexta-feira, neste momento, há uma “poupança de água de 50%”, desde 2014, quando começou o processo de reabilitação dos sistemas de rega. “Estamos a falar de meio milhão de metros cúbicos que se gastava numa campanha normal e agora gastam-se 200 mil metros cúbicos numa campanha e, se calhar, na Camba gastam-se entre 200 a 300 mil metros cúbicos, quando se gastavam 500 ou 600 por ano”, disse. O regadio da Camba abrange 120 agricultores, de 300 hectares. Cede ainda água a regantes precários, chegando a beneficiar um total de 600 hectares. O investimento rondou os 6,5 milhões de euros, dos quais 300 mil foram para a instalação de um sistema pioneiro na região, que permite aos agricultores fazer a gestão da água à distância. “É um sistema de automatização do regadio, em que os agricultores, no seu telemóvel, podem abrir e fechar as bocas de rega e podem com isso tornar o uso de água mais eficiente, ganhar tempo, poupar água”, explicou o autarca, salientando a importância da telegestão, uma vez que vivemos 2em tempos difíceis”, devido às alterações climáticas. O município de Alfândega da Fé pretende duplicar a área de regadio no concelho até 2025. Por isso, tem já financiamento para a construção de uma nova barragem, a de Gebelim, e sistema de rega. Segundo Eduardo Tavares vai abranger “150 agricultores, numa área total de 500 hectares”, vai ultrapassar os “25 milhões de euros”. “Esperamos finalizar o processo da fiscalização até final do mês de Novembro e iniciar a obra no final de Novembro, início de Dezembro. Depois vamos à rede de rega que é um projecto que irá ser colocado a concurso para fazermos esta obra até 2025”, acrescentou. O contrato da minuta para a construção da barragem foi assinado também na sexta- -feira, entre o município e a ministra da Agricultura. Maria do Céu Antunes salientou a importância do regadio para o sector. “A agricultura hoje para ser competitiva tem que ser feita tendo como factor de produção a água e isso faz- -se disponibilizando a água, usando-a de forma muito eficiente, porque a diferença entre um hectare de sequeiro e um hectare de regadio é que o de regadio produz até cinco vezes mais que o de sequeiro e isso faz com que o regadio seja hoje uma atractividade capaz de ocupar territórios e com isso trazer para agricultura mais jovens”, frisou. Actualmente, os regadios de Alfândega da Fé beneficiam mais de mil agricultores. Dos 69 milhões de euros aplicados no regadio no âmbito do último quadro comunitário, 30 milhões foram investidos em Alfândega da Fé, nomeadamente na “reabilitação da Estevainha, da Camba, o melhoramento da segurança das barragens, a telegestão”, juntando-se agora mais 25 milhões de euros para a barragem de Gebelim e sistema de rega.