Reforço de testagem de covid-19 alargado ao meio rural em Bragança

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Ter, 28/12/2021 - 10:02


O reforço de testagem à covid-19 também está a ser levado às aldeias do concelho de Bragança

A iniciativa das juntas freguesias e farmácias já arrancou em meados deste mês, mas acelerou nos dias antes de Natal. A população aproveita a oportunidade de se testar sem ter de se deslocar a Bragança. No dia 23, em Paredes e Carocedo a adesão foi grande. As pessoas optaram por jogar pelo seguro e foram mais seguras para a ceia de Natal. António Cândido Estevinho explica que foi fazer o teste porque quis “cumprir com as regras do Ministério da Saúde” e disse mesmo que “dorme melhor” ao saber que não está infectado antes de se reunir com a família, com quem passou o Natal. “É uma forma de estarmos mais descansados. Apesar de já termos as vacinas todas, é sempre uma questão de segurança e de sabermos como estamos”, afirma Amadeu Silva, que vive na aldeia de Paredes há alguns meses. A celebração das festividades em família reduziu-se ao núcleo familiar, diferente do habitual. “Não é normal, porque nós juntamos muita família, mas já o ano passado foi assim e este ano somos poucos”, assegura. Maria do Céu Ferreira fez o teste pela primeira vez. “Avisaram-me que iam testar e vim para estar mais segura, como agora é a reunião de famílias”, afirma. Ainda assim não recebeu muitos dos familiares em Paredes, ao contrário de anos anteriores em que chegavam em particular do estrangeiro. “Está tudo com medo do vírus, somos só cinco, mas ainda assim mais vale prevenir que remediar”, afirmou. Joaquina Fernandes de Carocedo também “quis ver como” estava, porque “uma pessoa nunca sabe”. A este cuidado também juntou uma mesa de Natal com menos lugares à mesa do que o habitual. “Só vem a minha filha de Bragança”, conta e repara que mesmo na aldeia há menos pessoas de fora. “Este ano não vêm muitos emigrantes”, conta. Na mesma aldeia, Delmino Nogueiro foi testar- -se “porque é preciso fazê-lo para ver se uma pessoa está contaminada ou não” e garante que assim fica “muito mais descansado”. Não recebeu familiares de fora e mesmo a visita do filho, depois do Natal ainda não é certa.Os residentes das duas anexas da União das Freguesias de Parada e Faílde agradecem a oportunidade de poder testar-se sem sair da aldeia e alguns admitem que de outra forma seria difícil fazerem o teste. “Acho que é de louvar virem aqui à aldeia. Em Bragança, já temos direito a seis testes gratuitos, mas as pessoas não aderem muito, assim aqui na aldeia foi bom”, afirmou Helena Santos, uma das habitantes que foi testada, apesar de até passar o Natal sozinha. “É por opção, porque era para ir para França, mas as coisas estão muito complicadas por lá também, resolvi não ir, tenho família em Mogadouro, mas não vou para lado nenhum”, afirma. Ainda assim quis testar-se porque “é sempre uma segurança, chegar ao pé de alguém e saber que não tem covid”. “Deviam fazer assim em todo o lado, em todas as aldeias e com mais frequência. Fico mais descansado por saber que na ladeia não há casos de covid”, referiu Amadeu Silva. Delmino Nogueiro também considera que fazer o teste na aldeia “é mais prático e fácil, na aldeia mesmo é muito bom para as pessoas”. O presidente da União das Freguesias de Parada e Faílde, Hervê Gonçalo, acredita que este serviço é importante para que as pessoas fiquem mais confortáveis para as reuniões familiares. “Noto que as pessoas tinham algum receio dos encontros familiares, nesta época festiva” e a testagem “atribui alguma confiança às pessoas de forma a poderem reunir- -se novamente com familiares. Se todos, quer os locais, quer os que vêm de fora, tiverem testes à covid é sempre positivo”, sublinhou. O autarca também nota que são menos os emigrantes que vêm passar as festas à terra natal. “Penso que há muito menos gente, porque estão a restringir o acesso em termos de fronteiras, precisam de apresentar resultados de testes ou certificados de covid, para lá têm de repetir o processo de novo, aqui não têm médico de família, outras vezes não servem os testes antigénio, têm de ser PCR e pagam-se”, refere Hervê Gonçalo. Micaela Pires, directora técnica da farmácia Nova Central em Bragança, explica que além de disponibilizar testes à população das aldeias este serviço à comunidade chega também aos lares, nomeadamente, do meio rural. “Percebemos que é muito difícil para estas pessoas deslocarem-se às cidades, fazer testes e estar à espera. Ainda por cima aproximando-se a época festiva, achámos que era muito importante, não estar a levá-los à cidade, mas sermos nós a sair para as aldeias para ser mais cómodo e mais fácil para eles”, afirmou. Quarta e quinta-feira, foram feitos 155 testes à covid-19 nas quatro aldeias da união de freguesias e todos estavam negativos. Só na Farmácia Nova Central já foram realizados, desde o início do mês de Dezembro e até ao dia 23, 2200 testes comparticipados pelo Estado.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro