PSD preocupado com situação “caótica” de falta de médicos de família em Bragança

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Ter, 15/11/2022 - 12:28


Direcção Nacional do PSD está a percorrer todos os distritos do país para debater o Orçamento do Estado para 2023

Há, neste momento, no concelho de Bragança, cerca de seis mil pessoas, que não têm médico de família. Em Macedo de Cavaleiros, à margem da iniciativa “Construir o Futuro”, em que o Partido Social Democrata (PSD) está a percorrer todos os distritos do país, debatendo o Orçamento do Estado para 2023, Hernâni Dias, presidente da distrital de Bragança do partido, assinalou que este Governo, bem como os que lhe sucedam, devia pensar em “medidas específicas para os territórios do Interior”, no que à saúde diz respeito, uma vez que este ano há 22 médicos de Medicina Geral e Familiar da Unidade Local de Saúde do Nordeste que vão atingir a idade de reforma e, por isso, mais utentes ficarão sem profissional que os acompanhe. “No próximo ano serão outros oito”, disse ainda, vincando que, “se não houver inversão da tendência, ficaremos numa situação absolutamente caótica” e, “a este ritmo, ficaremos pior”. O partido considera que o Orçamento do Estado para 2023, apresentado pelo Governo socialista, é “insensível”. Assim, o PSD tem mais de duas mil propostas orçamentais para apresentar ao Governo. E, segundo Paulo Cunha, vice-presidente do partido, algumas são específicas para o Interior. “Temos propostas ao nível da redução das portagens. É um sinal de preocupação com o fenómeno da interioridade”, esclareceu, acrescentando que há uma outra medida que, “muitas vezes, não é associada à protecção de territórios como este”, que tem a ver com o alojamento estudantil. Sobre essa matéria diz que muito se fala da “capacidade de criar condições para os jovens terem acesso aos cursos segundo a sua vocação” mas que “se um jovem de Macedo entrar na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, provavelmente, não a vai frequentar porque não tem alojamento no Porto”. O presidente da distrital, também concorda que o orçamento não corresponde às reais necessidades da população e, além de dizer que não há medidas para atrair médicos para o território, esclarece que, no caso do distrito de Bragança, há vários idosos a receber “pensões baixas” e que isso não está previsto da melhor forma no documento. “O cálculo, como vai ser feito, eu diria de forma incorrecta, que ainda os vai prejudicar mais, significa que, tendencialmente, ao longo do tempo, continuarão sempre a perder”, sublinhou. As propostas do PSD serão discutidas no debate na especialidade. Paulo Cunha diz que este é um orçamento que “continua uma caminhada perigosa de empobrecimento em Portugal” e que “se olharmos para aquilo que são as expectativas de aumento dos rendimentos, no próximo ano, comparado com o impacto da inflação, todos os portugueses perdem”. Estes encontros decorrem até ao dia 16 de Novembro.

Jornalista: 
Carina Alves