Produtores de amêndoa preocupados com quebras de 50%

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Ter, 30/08/2022 - 11:54


São várias as culturas afectadas pela seca, desde o vinho, ao azeite e até ao amendoal

O fruto só devia ser apanhado na primeira semana de Setembro, mas também teve que ser antecipada a apanha para meio de Agosto, porque a amêndoa já está a cair. Segundo a Cooperativa de Amêndoa de Torre de Moncorvo, que tem 1500 agricultores associados de Trás-os-Montes e Vila Nova de Foz Côa, a campanha está a ser “muito fraca”, com quebras de 50%. Bruno Cordeiro, director da cooperativa, explicou que os calibres são “pequenos” e muita amêndoa está “chocha”. As geadas tardias que vieram em Abril e a falta de água este Verão são as principais causas de quebra. No entanto, alguns concelhos foram mais afectados do que outros. “As zonas mais afectadas foram Mogadouro, Valpaços, Vila Nova de Foz Côa e algumas zonas de Torre de Moncorvo. Tem a ver com variedades, altitudes, zonas mais secas ou mais húmidas”, referiu. A juntar-se à quebra de produção, está ainda o preço a que a amêndoa é vendida aos produtores e que dizem não ser justos. Ainda que seja cedo para definir um valor, Bruno Cordeiro prevê que entre os 3,5 euros e os 4,2 euros. Perante este cenário, há agricultores que ponderam deixar a actividade. “O que tenho ouvido por aqui é que se continuar assim, muitos pomares ficarão ao abandono nos próximos anos. No futuro, se nada mudar, não é viável manter um pomar de amendoal, por causa dos custos de produção elevados, baixas produções, preço da amêndoa baixo e tudo faz com que não seja produtivo ter um pomar de amendoal em Trás-os-Montes”, disse. No distrito de Bragança, há produção de amêndoa nos concelhos de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor, Mogadouro, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta e Mirandela.

Jornalista: 
Ângela Pais