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Produção de amêndoa a crescer em Trás-os-Montes

Ter, 15/10/2019 - 10:58


Na região de Trás-os-Montes as novas plantações de amêndoa têm vindo a aumentar significativamente, prevendo-se que tal leve ao crescimento da produção nos próximos anos.

Segundo o presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Carlos Silva, de 20 mil hectares passou-se para entre 27 a 30 mil hectares, mas ainda é necessário aumentar a capacidade de regadio para sustentar esta cultura, já que “o paradigma mudou completamente”. Se antes estava “nas margens, associado ao sequeiro e em terrenos mais pobres”, a cultura da amêndoa, “neste momento, está associada a terrenos melhores e à água”. O responsável afirma que “há intenção e capacidade de investimento por parte de agricultores e também de estrangeiros”, mas defende que é necessário “olhar para oportunidades no novo quadro comunitário de apoio não tanto captar água no subsolo, mas acima de tudo retê-la para criar sistemas de regadio”. Uma preocupação avançada no II Simpósio Nacional dos Frutos Secos, que decorreu em Mirandela, dias 10 e 11 de Outubro. Apesar do aumento registado nos últimos anos, Trás- -os-Montes já não é o maior produtor de amêndoa do país. “Com a nova capacidade de regadio no Alqueva e com a visibilidade que a cultura da amêndoa está a ter, a nível mundial, está-se a deslocalizar a produção a amêndoa por todo o território”, explicou. Para além da produção de frutos secos, também a comercialização e a transformação estiveram em discussão neste simpósio, que pôs em destaque a amêndoa, a castanha, em particular as pragas e doenças, mas também a noz, avelã e pistácio, uma cultura que começa a disseminar-se. O presidente do Instituto Nacional de Investigação e Agrária e Veterinária, Nuno Canada, adiantou, na sessão de abertura, que “há fortes indícios que no novo quadro comunitário vai haver mais financiamentos para projectos inovadores, que promovam a diferenciação e a sustentabilidade das fileiras”. A abordagem de projectos de investigação “que promovam a transferência de conhecimento e tecnologia para o sector, feita em parceria com as empresas vai ser cada vez mais valorizada e financiada”, acrescentou. Nesse sentido o secretário de Estado do Ensino Superior, Sobrinho Teixeira, sustentou que a ciência e a inovação são essenciais para potenciar a rentabilidade dos frutos secos “A valorização do conhecimento pode ter um retorno imenso para a fileira dos frutos secos”, tal como, diz, aconteceu com o vinho, apelando aos agricultores da região que “acreditem no valor do conhecimento, porque será ele que os vai tornar mais competitivos, capazes de fazer mais coisas e de um modo sustentável”. Segundo dados avançados na abertura do simpósio, dentro da fileira dos frutos secos a amêndoa tem sido o que mais tem crescido, seguido da nogueira. Já a castanha tem também vindo a crescer, mas apenas na ordem dos 5%.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro