Ter, 28/06/2016 - 16:42
A situação motivou uma manifestação na manhã do passado Domingo. Num acto simbólico, alguns habitantes da aldeia tomaram banho directamente de um camião cisterna dos Bombeiros Voluntários de Bragança, que chegou ao centro da aldeia ao final da tarde de sábado, para ajudar a minimizar os transtornos causados.
Quem participou neste banho garante que esta não é a melhor solução, sobretudo para a população mais idosa, esperando que o Município de Bragança resolva a situação o mais breve possível. “Foi um acto simbólico e só pode ser para pessoas corajosas porque a água está bastante fria”, constatou. Beatriz Correia, que é também secretária da Junta de Freguesia e organizou esta manifestação, exigindo que o Município “identifique o problema e estabeleça um prazo para a sua resolução”.
Já Carlos Vaz que vive na aldeia com a mulher e duas filhas reclama uma solução rápida para o problema. “Têm de tentar resolver isto e dar-nos uma explicação porque não sabemos sequer porque não temos água”, reforçou. Também quem trabalha no campo sente dificuldades ao chegar a casa, ao final do dia. “Vim da horta e não pude tomar banho. E o meu marido, quando vem do trabalho, tem ido tomar banho a um tanque que temos no quintal. Também a roupa tem-se acumulado, por lavar, porque não podemos deixar a máquina a lavar sem estar em casa, uma vez que a água pode falhar”, referiu Antónia Gonçalves Bento, outra habitante de Samil.
Depois de dezenas de pessoas terem reportado a situação através da linha telefónica e o email disponibilizados pelo Município de Bragança para o efeito, na passada quinta-feira, a junta de freguesia assegura que falou directamente com o presidente do município, que terá garantido que a situação seria resolvida com a maior brevidade possível.
Confrontado com esta situação, o presidente do Município de Bragança confirma que a origem das falhas não é a falta de água. Hernâni Dias afirma que a autarquia está a par do problema e que os serviços técnicos estão neste momento a tentar solucionar a questão. “Em Samil, tem-se verificado um problema no abastecimento, não na falta de água, porque ela existe e é mais do que suficiente. Mas tem havido um problema técnico, que tem sido devidamente acompanhado pelos serviços municipais, mas que lamentavelmente ainda não se conseguiu resolver, definitivamente. Não sabemos ainda muito bem o que se está a passar, estamos a estudar o caso”, referiu o autarca.
Já esta segunda-feira, o autarca frisou que o problema ainda não foi identificado, classificando a situação como “caricata e estranha”. De acordo com a junta de freguesia, os cortes no abastecimento de água afectam, pelo menos, 100 famílias.
Problema nas zonas mais altas da freguesia já existe desde 2014
Nas proximidades destas instituições, na Estrada do Turismo e no Bairro do Seixo, onde existem dois lares e uma estalagem, há mesmo moradores que se queixam deste tipo de problema desde o final do mês passado e Junta de freguesia garante que esta situação até já foi reportada em 2014.
Já o presidente da Junta de Freguesia, Telmo Malhão, referiu ao Jornal Nordeste que nesta zona, este tipo de problemas existem, pelo menos, desde 2014, tendo sido reportados ao Município “que se comprometeu a resolver a situação em 2015, o que ainda não se verificou”. De acordo com o autarca, o Município terá “identificado um problema ao nível das infra-estruturas, nesta zona”, que continuará por resolver.
Entretanto, o camião cisterna foi retirado da aldeia durante a tarde desta segunda-feira, ao que tudo indica, por iniciativa do Municipio, mas o problema voltou a ocorrer ao final do dia, com várias famílias sem água. Resta agora verificar se vai continuar a repetir-se ou se é definitivamente resolvido.