Perito forense diz que autópsia a Giovani contradiz a acusação do MP

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Ter, 30/11/2021 - 11:01


O perito forense Duarte Nuno Vieira foi ouvido, ontem, pelo tribunal de Bragança, no âmbito do processo ligado à morte do estudante cabo-verdiano Luís Giovani Rodrigues.

A autópsia, segundo afirmou, contradiz o que a acusação relata. Segundo avançou o antigo presidente do Instituto de Medicina Legal, a autópsia ao jovem que morreu no final de 2019, dez dias depois de alegadamente ter sido espancado, “evidencia enormes contradições entre o relato que faz parte do despacho de acusação e aquilo que o cadáver veio a contar”. “Há aqui contradições muito significativas que não nos permitem ter a certeza do que terá acontecido”, atirou ainda, afirmando que tudo isto não deixa saber se as lesões são resultantes de um acto de agressão ou se são fruto de um impacto acidental da cabeça, já que há relatos dessa possibilidade. Duarte Nuno Vieira testemunhou a pedido da defesa de um dos sete arguidos e disse que, no caso de a lesão ter resultado de um primeiro traumatismo intenso, via “com muita dificuldade” que o jovem conseguisse fazer todo o “percurso” que fez, nomeadamente correndo, com a “gravidade” das lesões que tinha. “Em termos de probabilidades eu apontaria mais para a queda”, vincou, assumindo que a autópsia “permite afirmar taxativamente” que as múltiplas agressões que são descritas não aconteceram. As próximas sessões de julgamento estão marcadas para os dias 10 e 17 do próximo mês, sendo que esta ultima servirá para as alegações finais

Jornalista: 
Carina Alves