Qui, 19/12/2019 - 11:30
Os funcionários de ambas as empresas, em Bragança, não quiseram prestar declarações mas garantiram que há mais viagens e que a parceria teve esse objectivo. Contudo, há quem não diga o mesmo. É o caso de Ricardo Rocha, que viaja entre Bragança e Amarante, e afirma que “ao domingo, normalmente, quando era Rodonorte costumava haver mais autocarros directos” e que “agora só há um que, basicamente, a meio da semana já está cheio”. O jovem de Amarante, a estudar na capital de distrito, referiu ainda que agora os autocarros fazem mais paragens mas que, ainda assim, o preço dos bilhetes se mantém. Quanto a preços, o mesmo não confirma Mariana Costa. A viajar entre Bragança e Guimarães, a jovem garante que o preço do bilhete subiu 60 cêntimos, estando agora a 12.60 euros. Ainda assim concorda que antes “era mais fácil” e “não havia tanta confusão”. “Estão a preencher os autocarros e depois quem quiser vai noutro porque não tirou bilhete a tempo. Eu ia no autocarro das 14h00m e como não tinha bilhete vou ter que ir no das 14h30m, isso é um bocado inconveniente”, sublinhou. À semelhança de Ricardo Rocha, Helena Marques também viaja entre Bragança e Amarante e tem a mesma ideia. Segundo a jovem, em termos de autocarros até “há mais” mas “vão a mais sítios, há menos directos”. “Antes tentava ir naqueles que iam até Vila Real e depois para Amarante mas agora param em Macedo, Mirandela, às vezes Murça, o que causa mais transtornos”, explicou. Entretanto, ao que se conseguiu apurar, com esta parceria os preços para despachar encomendas subiram. Rui Santos, de uma óptica com representação em vários pontos dos distritos de Bragança e Vila Real, que despacha encomendas diariamente, refere que “a subida foi abrupta” e que o aumento “é obsceno”, pois, segundo avançou, uma encomenda que custava três euros, no máximo, custa agora cinco. Elisabete Ferreira, de uma padaria do concelho de Bragança, relata que nesta última semana duas encomendas tiveram de ir para Lisboa por outra via, porque “o cliente não consegue suportar” já que “acaba por ser superior o preço do transporte que o próprio produto”. Elisabete Ferreira assume que uma encomenda que custava cerca de 20 euros custa agora o “dobro” e “chega a encarecer o preço do produto”. Pedro Vaz, de uma clínica dentária em Bragança, também se queixa desta subida e diz que, como “não há concorrência”, “fazem o que querem”. No caso de Pedro Vaz, uma encomenda que custava perto de três euros agora custa quatro. “Eu uso os autocarros diariamente tanto para mandar como para receber e é muito dispendioso”, finalizou. Quem agora tentar consultar horários no site da Rodonorte é remetido para a página da Rede Expressos. Quanto à compra de bilhetes on-line também já é apenas feita através da Rede Expressos.