Ter, 24/05/2005 - 17:14
“Racionalização”, na óptica da administração dos Correios, pode querer dizer passagem do testemunho nas estações que não dão os lucros desejados. Se assim não fosse, os CTT não estariam a propor aos funcionários a exploração de determinadas estações. Em vez disso, esses balcões continuariam sob a alçada da empresa postal. Mas, como é preciso reduzir custos e aumentar lucros numa empresa que é pública, pelo menos no nome, os decisores dos CTT encontraram uma forma hábil de entregar as estações menos rentáveis. Surgem, assim, as Lojas Multimarca, um misto de estação de Correios e agência seguradora, neste caso da Fidelidade Mundial.
Esquecida, mas não enterrada, que parece estar a transferência de competências para as Juntas de Freguesia, por forte oposição das populações e das autarquias, eis que chega um novo mecanismo para delegar responsabilidades. Resta saber se as Lojas Multimarca vão povoar, somente, determinadas sedes de concelho, ou se podem vir a ser uma realidade em determinadas estações do mundo rural.
E, enquanto as novas lojas começam a arrancar, os Correios foram eleitos, pelo terceiro ano consecutivo, a instituição de confiança dos portugueses. Sem querer pôr em causa a eficácia dos funcionários dos CTT, que não podem fazer milagres, o certo é que há situações que podem abalar esta “confiança”. Há jornais (como é o caso deste) que chegam atrasados às caixas de correio dos leitores e há encomendas que não chegam às mãos dos destinatários. Será por isso que os CTT querem relançar e convencer os portugueses a usarem o Correio Registado com mais frequência?
Por outro lado, há alguns carteiros que é preciso colocar nos lugares que vão ficando vagos. Isto para que a distribuição em determinadas aldeias não seja feita três vezes por semana e os carteiros de Bragança não sejam obrigados a entregar correspondência ao sábado de manhã.