O treino

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Ter, 14/06/2005 - 16:45


Tal como vimos anteriormente, também no treino se "peca" quer por excesso quer por defeito.

São muitos os principiantes (e às vezes os intermédios e avançados), que com excesso de zelo e entusiasmo são apanhados na trama do sobre treino. Os primeiros porque não estão acostumados ao exercício regular e a ânsia de progredir leva-os a superar as suas capacidades de recuperação, realizando mais exercício do que deveriam.
Os segundos, depois de algum tempo de treino, sobre valorizam a sua capacidade de recuperação e de suportar a intensidade do mesmo, "embarcam" em sistemas de treino avançados. Normalmente copiam-nos das revistas da especialidade, com o que a única coisa que irão conseguir é superar os recursos energéticos de que dispõem e não se recuperam o suficiente de treino para treino.
Mas também se verifica o oposto, pois são muitos os que pensam que treinam o suficiente, quando na realidade não o fazem com a intensidade suficiente para que o organismo seja obrigado a reagir adequadamente ao estimulo que lhe é imposto.
Mas também os mais avançados caiem no mesmo erro, muito embora por motivos diferentes. Estes acreditam que a "experiência" adquirida lhes permite experimentar as ultimas novidades em treino de alta intensidade e dureza, que por vezes raia a brutalidade, também estes tirados dos métodos de treino de culturistas profissionais. E se forem os métodos da elite de competição do Mr. Olympia melhor ainda. É o método HEAVY DUTY ou os seus múltiplos derivados, em que os seus seguidores aconselham um treino de uma tal intensidade que raia o impossível; de duração breve e pouco frequente. Realizam apenas uma ou duas séries por exercício e ás vezes apenas um ou dois exercícios para cada grupo muscular, não indo ao ginásio mais que duas ou três vezes por semana. Conclusão; pouco estimulo muscular.
De facto, o método HEAVY DUTY baseia a sua eficácia em treinar com uma intensidade tão brutal, que supera os 100 % da capacidade muscular e, depois, dar o tempo suficiente para que o corpo possa recompor-se. Daí a brevidade e a pouca frequência. Só que a maioria dos que seguem esses preceitos são incapazes de gerar e, o mais importante, de suportar essa intensidade e acabam simplesmente por realizar duas ou três séries "semi duras", o que é manifestamente insuficiente para estimular o crescimento muscular.
Existe, finalmente um terceiro factor que decorre do anteriormente dito. O repouso. Se o repouso for o suficiente e reparador (que permita recuperar totalmente antes de voltar á carga), então o progresso está assegurado. De outro modo cai-se nos excesso.
Depois de uma dura sessão de treino, os músculos trabalhados necessitam 72 horas para se restabelecerem. E não é só o grupo muscular trabalhado mas todo o sistema que sofre desgaste. É por isso que é preciso que transcorram três dias (ás vezes 6 ou 7) para que se recupere completamente cada grupo trabalhado.
Identificados que estão os principais obstáculos ao progresso físico, está o assunto resolvido:
Uma alimentação bem calculada (em quantidade e qualidade), treino adequado (em frequência e intensidade) e o repouso suficiente para que o organismo se recupere completamente, são o primeiro passo em direcção a novos níveis de progresso físico.