Ter, 22/03/2005 - 15:49
Vários especialistas, estudantes e autarcas, bem como representantes do Instituto Português de Arqueologia (IPA) e do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), reuniram-se na Princesa do Tua para debaterem a importância da riqueza arqueológica que existe na região de Trás-os-Montes.
Esta iniciativa, organizada pela Câmara Municipal de Mirandela (CMM) em parceria com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Mirandela (ESTGM), trouxe a Mirandela especialistas portugueses e espanhóis. No entanto, grande parte das autarquias do distrito não aderiu a este Encontro.
O arqueólogo Isidro Gomes, responsável pelo departamento da edilidade, e a arqueóloga e docente da ESTGM, Alexandra Vieira, docente da ESTGM, falaram da necessidade de sensibilizar as gerações para a preservação do património arqueológico.
Para que Mirandela consiga manter o espólio do concelho a docente, tenta incutir diariamente aos seus alunos os conceitos e a paixão pela arte, no sentido de construir futuros especialistas em arqueologia.
Vestígios arqueológicos desperdiçados
Depois da partilha de experiências vividas pelos arqueólogos presentes, ficou confirmado que ainda há muito a fazer, para salvar a arqueologia transmontana.
Trás-os-Montes é uma enciclopédia arqueológica, mas para a preservar urge sensibilizar os autarcas que “o importante não é retirar umas peças para a vaidade de museus, entregando aos empreiteiros todo o restante espólio para entulhos”.
De acordo com o Professor da Universidade do Porto, Victor Oliveira, para além da componente histórica, a arqueologia também tem um papel importante na economia, na medida que fomenta o turismo.
“Existe uma rede de destinos que temos que vender. Suponho que com boas informações divulgadas em todos os postos turísticos, em articulação com as várias câmaras. E assim pode-se despertar o interesse de determinadas zonas transmontanas”, salientou o catedrático.
Para os organizadores, este encontro alcançou os objectivos pretendidos. “O intuito era trazer um vasto leque de pessoas de extrema competência, para apresentarem os resultados das suas escavações”, realçou a arqueóloga Alexandra Vieira.
Por outro lado, Isidro Gomes referiu que é necessário “que os autarcas olhem para este património, porque se é defendido como uma arma de promoção turística deve ser dinamizado num contexto social”.