Ministra da Coesão diz que vai “analisar” a exclusão de três concelhos de Bragança a apoios por causa das intempéries

PUB.

Ter, 17/10/2023 - 09:18


Mau tempo de Maio e Junho arrasou culturas em Macedo de Cavaleiros, Vila Flor e Vinhais mas os agricultores destes concelhos não vão receber, para já, ajuda do Governo

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que passou, este fim-de-semana pela região, diz que não tem ideia do que aconteceu para que Vila Flor, Macedo de Cavaleiros e Vinhais não tenham sido incluídos na lista de concelhos a ser apoiados, pelo Governo, a propósito das intempéries de Maio e de Junho deste ano, que assolaram várias culturas, em diversas localidades transmontanas.

No mês passado, estes três municípios, na voz dos seus presidentes de câmara, reclamaram por terem sido excluídos da ajuda que foi anunciada, no Verão, sendo que o Ministério da Agricultura avançou, naquela altura, que iria dar um apoio de 50 euros por hectare. Ainda assim, no que toca ao distrito, apesar de se terem registados estragos em cinco concelhos, Vila Flor, Macedo de Cavaleiros, Vinhais, Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães, apenas dois, neste caso, estes dois últimos territórios, foram abrangidos e constam da lista de apoio.

Ana Abrunhosa assume que a situação vai ser averiguada. “Não sei o que se passou. Estou a analisar”, começou por dizer. “Normalmente, quando há intempéries, os municípios têm que reportar os prejuízos às comissões de coordenação e desenvolvimento regional. As comissões fazem-nos chegar, depois, esses valores. Como incluímos uns municípios incluímos também os que nos são reportados. Iremos analisar a situação”, disse ainda a governante com a pasta da Coesão Territorial.

Recorde-se que, no concelho de Vila Flor, segundo já tinha clarificado, a este jornal, o presidente da câmara, registaram-se estragos em mais de 400 hectares de área agrícola, entre vinha, olival, amendoal e fruteiras, nas mais variadas freguesias do concelho. Foram ainda gastos 250 mil euros na reparação de caminhos agrícolas.

No mês passado, além de avançar ao Jornal Nordeste que estragos se contavam em Vila Flor, Pedro Lima frisou ainda que “a agricultura do Nordeste tem que ser olhada de outra forma” porque estará a passar pela “fase mais crítica da sua história”.

Já por Macedo de Cavaleiros, com o mau tempo de Maio e Junho, ficaram destruídas também várias culturas, num total de cerca de 38 hectares. Mas houve estragos em ruas de várias aldeias, paralelos arrancados, muros caídos, casas e garagens alagadas. Também ali foram gastos alguns milhares de euros com a recuperação de caminhos agrícolas, cerca de 350 mil euros. 223 mil euros de estragos em equipamentos públicos também fazem parte da lista de prejuízos.

Em Vinhais houve estragos em 40 hectares de soutos, vinhas, hortícolas e forragens.

Jornalista: 
Carina Alves