“Mais Habitação” esclarecido em Macedo de Cavaleiros mas sem a ministra a responder aos jornalistas

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Ter, 21/03/2023 - 11:09


A Ministra da Habitação esteve, no sábado, em Macedo de Cavaleiros, precisamente dois dias depois de o Governo ter aprovado, em Conselho de Ministros, duas medidas de apoio extraordinário à habitação: “Apoio à renda” e apoio à subida acelerada do crédito à habitação consubstanciado na “Bonificação de juros”

De passagem pela região, para participar no “Mais Habitação – Novas Respostas”, promovido pela Federação de Bragança do Partido Socialista, Marina Gonçalves apresentou o programa do Governo mas recusou-se a falar com os jornalistas, ficando assim por se saber o que se prevê para territórios como este, sendo que, conforme demos conta na passada edição deste jornal, em Bragança o preço das rendas tem disparado, deixando vários alunos a dividir quarto e jovens trabalhadores a partilhar casa, num cenário em que a procura supera largamente a oferta de imóveis disponíveis. Em Macedo de Cavaleiros, a ministra cingiu-se a apresentar o programa e disse, durante o seu discurso, que, apesar de algumas apreciações menos positivas, este dará as respostas que se procuram, mediante a crise imobiliária que se vive um pouco por todo o país. “Podemos ouvir muitas vozes críticas a este programa, mas este apoio vai chegar a muitas centenas de famílias e vai permitir que tenham acesso à habitação. Quando digo acesso, é certo que é para aquelas que já têm habitação, mas é também para aquelas que estão em risco de incumprimento, que podem ficar sem aquilo que é um direito fundamental e que cabe ao Estado encontrar estas respostas no imediato”, esclareceu. Os problemas com a falta de habitação e especulação imobiliária não são só uma realidade do litoral. No que toca a estas questões, em Macedo de Cavaleiros, segundo contou o presidente da câmara, há “problemas graves”, que se prendem com o alojamento de estudantes, nomeadamente dos PALOP, famílias supranumerárias, famílias com baixos rendimentos e ainda com as comunidades migrantes. Assim, a habitação social da autarquia já não é suficiente. Até há “uns anos” não havia grandes dificuldades no alojamento dessas pessoas, em situação precária, mas, “neste momento, começa a escassear”. A falta de imóveis para arrendar, em Macedo, segundo Benjamim Rodrigues, deve- -se ao facto de haver famílias que têm apartamentos que não os querem arrendar pela deterioração que é causada pelas pessoas que os habitam e ainda pelo facto de, nos últimos tempos, existir um grande fluxo de entrada de migrantes e de trabalhadores que “vêm à procura de oportunidades”. O cenário está a “criar dificuldades em captar novas famílias”. Temos de arranjar soluções”, esclareceu. Segundo Benjamim Rodrigues, em Macedo de Cavaleiros parte do problema poderia ser suavizado com a reabilitação da antiga residência de estudantes, um edifício, que pertence ao Ministério da Educação, localizado no centro da cidade, há muitos anos devoluto. “Vamos criar uma solução para um contrato de comodato. Depois de estarmos na posse do edifício, vamos candidatar-nos a um dos programas existentes, sendo que um financiamento a 100% era o ideal”, explicou o presidente sobre a ideia de remodelação do edifício. Contudo, não garantiu que se criarão habitações para jovens a custos controlados. A solução poderá servir para alojamento de emergência. Benjamim Rodrigues garantiu ainda que a câmara vai tentar fazer o mesmo com outros edifícios devolutos que pertencem ao Estado. Berta Nunes, deputada socialista eleita por Bragança e presidente da Federação de Bragança do PS, que organizou este debate, assumiu que esta crise imobiliária, no distrito, está a afectar, sobretudo, os jovens e os imigrantes. “Há, neste momento, candidaturas aprovadas para que, em breve, se construam residências de estudantes, em Bragança, Chaves e Mirandela. Assim, os estudantes, neste ponto de vista, não irão competir tanto no sector”, explicou a ex-presidente de Alfândega da Fé sobre o que considera que, a breve trecho, possa ajudar a equilibrar, por aqui, este mercado. Berta Nunes defendeu ainda que para minimizar estes problemas é importante que sejam postas em práticas não só as novas medidas anunciadas pelo Governo, mas também aquelas que já existem, nomeadamente o 1º Direito.

Jornalista: 
Carina Alves