Mais de 1800 na II Meia Maratona das Cantarinhas de Bragança com Rui Muga e Carla Martinho a repetirem o triunfo da primeira edição

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Dom, 14/05/2023 - 23:06


Bragança fez, este domingo, a festa do atletismo. A segunda edição da Meia Maratona das Cantarinhas reuniu mais de 1800 participantes. Muga e Carla Martinho voltaram a dominar a competição.

Apesar de só estarem realizadas duas edições, a Meia Maratona das Cantarinhas parece estar consolidada, até porque tem origem na antiga Milha e Corrida, e com margem para crescer. 1872 inscrições foi o número registado pelo Ginásio Clube de Bragança, que organiza a prova, superando de longo os cerca de 1500 do ano passado. Mas, já lá vamos.

O nível competitivo estava elevadíssimo, não estivessem em prova nomes como Rui Teixeira (Sporting CP), Rui Muga (CAMAC), Ricardo Dias (Clube de Atletismo Olímpico Vianense), embaixador desta edição, e António Moreira (Prime Running Club).

Rui Muga, tricampeão nacional de Corrida de Montanha, voltou a inscrever o seu nome na galeria de campeões e venceu pelo segundo ano consecutivo, com o tempo de 01h06m54s.

O atleta natural de Mogadouro seguiu sempre no grupo dianteiro, onde estava Rui Teixeira e João Almeida, segundo classificado, e foi com este que discutiu os últimos cinco quilómetros. Muga acabou por ser mais veloz e cortou a meta isolado.

No sector feminino, Carla Martinho também repetiu o triunfo de 2022. A atleta do Recreativo Desportivo de Águeda concluiu os 21 quilómetros em 01h16m42s, seguida de Kcenia Bougrova (Run Tejo – Preven Sprain) no segundo lugar e Tânia Fernandes (CAMC) na terceira posição.

Na corrida dos 10 quilómetros, Marcelo Gonçalves (GDR Granja-Trutas do Mau) venceu em masculinos e Andreia Santos (CD Feirense) em femininos.

Na distância de 5 quilómetros, Rui Cortinhas (GC Bragança) e Elisa Vara (CD Zamora Corre – Adarsa) foram os vencedores.

Na corrida adaptada, em Cadeira de Rodas, Eduardo Bacalhau, atleta paralímpico, terminou na primeira posição.

Na Meia Maratona das Cantarinhas houve espaço também para as corridas jovens e uma caminhada.

 

Muga continua a coleccionar vitórias

O atleta do Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros é, sem qualquer sombra de dúvida, a referência factual do atletismo no distrito de Bragança. Isso ficou mais uma vez provado este domingo pela vitória, a segunda consecutiva, na Meia Maratona das Cantarinhas e a forma como foi aplaudido no final.

Rui Muga cortou a meta isolado, com o tempo de 01h06m54s, depois de 21 quilómetros competitivos e forte concorrência. “Este ano o nível competitivo esteve melhor que o ano passado. Formamos um lote de cinco atletas a resguardar-nos um pouco até ao quilómetro 16 e, a partir daí, eu e o João Almeida conseguimos tomar a frente da corrida. Na Avenida João da Cruz há uma subida e decidi atacar. Depois, foi sofrer até ao final”.

A II Meia Maratona das Cantarinhas contou com mais de 1800 atletas, nas várias categorias, números que superaram a edição de 2022, e que merecem o destaque de Muga. “Estes números surpreendem mais as pessoas que como eu, que comecei em 2006, lembram-se de o Ginásio Clube de Bragança ir numa pequena carrinha de nove lugares a várias privas. Por aqui praticamente não havia atletas, muito menos atletas jovens. Agora, o Ginásio leva autocarros com crianças, jovens e atletas mais velhos. O desporto tem de ser assim”.

Muga já pensa no Campeonato do Mundo de Corrida de Montanha. O atleta do C.A. Macedo de Cavaleiros vai representar Portugal, juntamente com os colegas de equipa Carlos Lopes, José Carvalho e Pedro Rodrigues, na Áustria, de 6 a 10 de Junho deste ano.

 

Bragança é talismã para Carla Martinho

No sector feminino, Carla Martinho mostrou, mais uma vez, que está num bom momento de forma e que os ares do nordeste transmontano sopram a seu favor. Diríamos mesmo que Bragança dá sorte à atleta do Recreativo Desportivo de Águeda. É que venceu a Meia Maratona das Cantarinhas pelo segundo ano consecutivo, depois de já ter conquistado o primeiro lugar na São Silvestre de Mogadouro. “Eu sou feliz na zona de Bragança, duas aqui, em Bragança, e uma São Silvestre, em Mogadouro, com três vitórias só posso estar feliz. Espero voltar para o ano”, afirmou.

Carla Martinho mostrou-se surpreendida com a elevada quantidade de atletas, sobretudo nas corridas jovens. “Surpreende-me pela positiva, pois quer dizer que o interior do país, neste caso Trás-os-Montes, está em grande na modalidade. O mais importante é ver esta quantidade de miúdos. Parabéns a quem consegue trazer estes miúdos para o atletismo, tirando-os do computador”, concluiu.

 

Meia Maratona das Cantarinhas regressa em 2024 com a fasquia elevada

O Ginásio Clube de Bragança não tem dúvidas de que a Meia Maratona é já a prova de referência no distrito e a sua continuidade está garantida. O evento, que resulta da proposta do Orçamento Participativo, conta com o forte apoio do município. Aliás, o presidente, Hernâni Dias, não tem dúvidas de que é uma aposta ganha. “Este é um projecto em que o Ginásio Clube de Bragança e o Município estão empenhadíssimos. Ver cada vez mais gente nesta prova o que é uma posta ganha quando se incentiva as pessoas para a prática de desporto. É importantíssimo ver a quantidade de crianças a participarem. É um número impressionante e ficamos muito satisfeitos e orgulhosos”.   

E depois de uma edição com mais de 1800 participantes, Adélia Melgo, presidente do Ginásio Clube de Bragança, confessa que a fasquia para 2024 “está elevada”. “Não sei como vai ser no próximo ano. Se já esta edição deu um trabalho enorme, imaginamos que em 2024 terá de ser assim e muito mais. Mas, não queremos baixar o nível. Queremos continuar a receber bem e ter algo estrondoso que anime a nossa população”.

No que diz respeito às corridas jovens, de benjamins a juvenis, participaram cerca de 700 crianças e jovens, sendo que mais de 500 eram do escalão de benjamins, reflectindo o trabalho de promoção realizado pelo Ginásio Clube de Bragança junto das escolas.

 

Jornalista: 
Susana Madureira