Maior número de novos alunos no IPB mas menos internacionais

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Ter, 17/11/2020 - 10:47


O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) regista o número mais alto de novos alunos.

Na cerimónia de abertura do ano lectivo 2020/21, dia 13, o presidente da instituição avançou que são 2300 os novos alunos inscritos. No entanto, houve uma descida do número de estudantes internacionais que se matricularam na instituição. “É o máximo de novos alunos que matriculámos. Este ano tivemos colocados mais alunos em todos os concursos, com excepção dos cursos técnicos superior profissionais, mas nas diversas fases do concurso nacional de acesso tivemos muito mais candidatos e também mais alunos colocados nos concursos de estudantes internacionais”, afirmou Orlando Rodrigues. Mas, apesar de a procura se ter mantido elevada, muitos alunos estrangeiros acabaram por não se matricular, sendo este ano 400, quando normalmente costumavam ser 1/3 entre as novas matrículas no Politécnico. “Estamos a ter menos entradas de alunos internacionais que os colocados, presumivelmente por razões que têm a ver com os vistos, não temos notícia de que sejam os alunos que desistiram de vir, mas não estão a conseguir visto”, esclarece. Sobre a incidência de Covid-19 na comunidade académica o presidente do IPB diz não ter conhecimento do número total de casos, porque “não é esse o protocolo das autoridades de saúde”, que contacta o IPB “quando precisa que ajudemos a identificar e fazer rastreio de casos”. Mas admite que num universo de 9 mil alunos, a que acresce o número de funcionários e docentes, “é de esperar que haja alguns casos”. Sexta-feira passada havia um professor, dois funcionários e um investigador confinados, ou por estarem infectados ou por terem estado em contacto com infectados. “Temos alunos que nos enviam justificativos por faltar, mas a maioria acaba por estar fora, porque ficam nas suas zonas de residência. De resto, temos um dispositivo de apoio aos alunos confinados e que não têm familiares próximos e nesta altura só estamos a dar apoio a dois”, sublinhou. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, que marcou presença na cerimónia, referiu que, mesmo com o registo de alguns surtos de Covid-19 em algumas instituições, o objectivo “é claro: manter sempre o ensino presencial, mas sempre também com muita responsabilidade e quando possível introduzindo inovação pedagógica. Temos que garantir a formação e os processos de ensino e aprendizagem, que efectivamente requerem uma componente presencial”. O governante acredita que “as instituições de ensino superior não são centros de contágio”, e reforça que os dados mostram que “uma grande maioria dos contactos são feitos em eventos familiares ou sociais e maioritariamente ao fim-de-semana”.

Projecto “Laboratório Ibérico Alimentos”

Este ano, a cerimónia de abertura do ano lectivo do IPB decorreu presencialmente, mas com restrições e um número reduzido de participantes, com transmissão online para a restante comunidade. Já era hábito o programa contar com actividades científicas e um passeio em Montesinho com o ministro, mas devido às restrições impostas pela pandemia essas iniciativas foram substituídas por um programa de apresentações científicas. Uma das novidades avançada foi a criação de um Laboratório Ibérico de Alimentos, desenvolvido entre o IPB e a Universidade de Vigo, com o objectivo de promover a cooperação na área alimentar. “Tendo em conta que temos, dos dois lados da fronteira, um sector de empresas muito desenvolvido nas indústrias alimentares, que precisam de se modernizar e inovar, a ideia é fazer um laboratório de referência na área agro-alimentar”, explicou o presidente do IPB. O projecto prevê a realização de investigação em conjunto e um reforço das infraestruturas que já existem nas duas instituições, como o Centro de Investigação de Montanha do IPB. “A ideia é criar aqui uma figura de consórcio entre estas instituições, para alavancar alguns investimentos que permitam potenciar as capacidades que já temos e ajudar este conjunto de empresas a inovar, crescer e aumentar a sua capacidade”, referiu Orlando Rodrigues. O objectivo é também criar mobilidade e formações conjuntas, promovendo o ensino científico. “Já existe uma pós- -graduação conjunta e alguns acordos na área dos doutoramentos, o objectivo é ampliar a relação de titulações conjuntas”, adiantou. Este tipo de projectos está alinhado com as prioridades da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço. A secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, valoriza “a criação de centros de conhecimento e de transferência de tecnologia na fronteira e que actuem como pólos dinamizadores também para a criação de emprego”. A governante acredita que “um laboratório deste género é atractivo para a captação de talento e pessoas que se possam fixar nesta região transfronteiriças”.

 

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro