Maçã, Vinho e Azeite geram 25 milhões de euros anualmente em Carrazeda de Ansiães

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Ter, 29/08/2023 - 10:24


Num ano normal, a maçã, o vinho e o azeite geram 25 milhões de euros, na economia local de Carrazeda de Ansiães

. O número foi avançado na abertura da 26ª Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite, na passada sexta-feira. “A actividade agrícola é de longe o suporte económico do concelho”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, João Gonçalves. A uva e o vinho são a actividade económica do concelho “mais importante”, “tanto a uva que é vendida para produção e vinho do Porto, como o negócio da uva que é utilizada para a produção e vinhos DOC”. E com as temperaturas altas, as vindimas estão a ser antecipadas. César Fernandes, proprietário do vinho Foz Tua, contou que a colheita de uvas arranca já esta semana, “mais cedo do que o previsto“. “Estes últimos dois anos têm sido fora do habitual, as vindimas são um pouco mais cedo. As alterações climatéricas levam-nos a vindimais um pouco mais cedo”, disse. Estima que haja uma quebra de uva de “15%”, devido ao mau tempo de Maio e Junho, mas garante que a qualidade se mantém. A maçã foi outra das culturas que sofreu bastante com o granizo que veio fora de tempo no fim da Primavera. Esta cultura é produzida há cerca de 30 anos no concelho de Carrazeda de Ansiães mas, ainda assim, abrange 700 hectares de plantação, que estão em crescimento, segundo o presidente da câmara. Num ano normal, são produzidas 30 toneladas de maçã no concelho. Este ano, tinha tudo para ser um bom ano, mas não foi. De acordo com Luís Vila Real, da Associação de Fruticultores e Viticultores do Planalto de Ansiães, 90% dos pomares foram afectados, com quebras de produção de 95%, o que se traduz num prejuízo de mais de 10 milhões de euros. “Já é o segundo ano consecutivo em que temos uma situação destas, este ano ainda para agravar mais o problema, foi muito mais intenso do que o ano anterior e o grau de destruição foi muito maior”, frisou. A maçã ao estar com defeito não tem “apetência comercial” e, por isso, é vendido para indústria, a um preço bem mais baixo. “Em termos de valor ronda um quarto do que seria um valor normal”, disse. Luís Vila Real vinca mesmo que os produtores não conseguem cobrir os custos de produção, devido às quebras e ao aumento do preço dos produtos. Quanto à produção de azeite, o produtor José Almeida, fala de uma quebra de 10% em relação ao ano passado, quando houve quebras significativas. “Há olivais que não têm nada mesmo, outros têm muita, porque a altura da floração, do vigamento, foi em alturas diferentes, mas a maioria não tem azeite. Esperamos uma quebra de 10%, em relação ao ano anterior, quando tivemos uma quebra de 70%”, afirmou. A Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite decorreu em Carrazeda de Ansiães, entre sexta-feira e domingo, com cerca de 100 expositores, não só destes três produtos, mas também de artesanato, mel, frutos secos, entre outros. Concertos também não faltaram, com Diogo Piçarra, na sexta-feira, Rui Veloso, no sábado, e Némanus, no domingo. Aconteceu ainda um cortejo etnográfico onde participaram cerca de 25 entidades.

Nova zona industrial inaugurada

Antes da abertura do certame foi inaugurada a nova zona industrial. Um investimento de mais de três milhões de euros, que consistiu na criação de 40 lotes. O ano passado, já foram vendidos 16, mas agora foi aberta uma nova fase de candidaturas para venda de lotes. “Quando abrimos o primeiro aviso o feedback foi muito positivo e eu dei conta de que a procura ultrapassou a oferta. Neste segundo aviso que está a decorrer há algumas condições que foram ajustadas em função da evolução da economia local e que podem originar que concorrentes que no primeiro aviso não tivera sucesso, possam desta vez ter”, referiu João Gonçalves. O autarca adiantou ainda que está na manga a criação de mais lotes, mas tudo depende da venda dos lotes já existentes.

Jornalista: 
Ângela Pais