Luta por melhores salários e subsídio de missão levam PSP, GNR e Guarda Prisional para a rua

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Ter, 16/01/2024 - 11:22


Forças de segurança reúnem há uma semana, em vigílias, por todo o país. Em Bragança não há data para parar

Vários elementos da Polícia de Segurança Pública, da Guarda Nacional Republicana e da Guarda Prisional estão em vigília, desde a semana passada, por todo o país. Exigem aumentos salariais, valorização da profissão e melhoramento das condições de trabalho. As vigílias, sendo que em Bragança, desde terça- -feira da semana passada, têm acontecido diariamente, tiveram origem no descontentamento provocado pela aprovação do suplemento para a Polícia Judiciária. Segundo Rui Dias, agente principal da PSP de Bragança, estas forças de segurança também têm direito ao subsídio de missão e “isto começa a ser a gota de água de um copo cheio de insatisfação dos agentes das forças de segurança”. “No que toca a remunerações, neste momento, somos mal pagos para aquilo que fazemos. Depois, esta insatisfação gerou-se agora, um bocado, com a injustiça que a tutela criou entre a PJ, a PSP, a GNR e a Guarda Prisional. Nós sentimos que é uma injustiça que nos fizeram com o subsídio de missão. Pelos números que eles disseram fará uma diferença enorme, na ordem dos 800 euros por mês”, esclareceu Rui Dias. Este subsídio de missão é um suplemento que será pago aos trabalhadores das carreiras especiais e das carreiras subsistentes da Polícia Judiciária, pelo exercício de funções em condições de risco, insalubridade e penosidade, mas as outras forças de segurança consideram que também contribuem para esse combate. “Não achamos que esta diferenciação seja justa”, referiu Rui Dias, que assumiu que a PJ tem uma missão de combater os crimes que lhe estão atribuídos, mas a PSP e GNR também. O agente principal da PSP, que diz que em Bragança, para já, “não há perspectivas para parar”, assume que as vigílias, para aquilo que é a realidade do comando local, têm sido bastante participadas. “Se tivermos em conta a percentagem dos elementos que há em Bragança, sendo que o comando tem 170/180 agentes, e se considerarmos que entre 60 a 70 estão em Mirandela, nós, termos cerca de 60 agentes já é bastante significativo”, esclareceu Rui Dias sobre a participação na primeira noite de vigília, assumindo ainda que, “enquanto alguma das reclamações não for atendida, não há data para parar”. “Vamos ver o que isto dá”, vincou ainda. Além de melhores salários e do subsídio de missão, estas forças de segurança pedem ainda “mais e melhor material informático, actualizado aos dias de hoje, para um melhor combate ao crime”. Exigem ainda “melhores viaturas, que asseguram a segurança aos profissionais e cidadãos”, bem como “cumprimento do estabelecido no estatuto naquilo que diz respeito à idade para ir para a pré-reforma, que no caso da polícia não está a ser cumprido”. Por fim, pedem ainda “mais incentivo para a aquisição de mais fardamento”, sobretudo para os profissionais que fazem uso diário da farda. Dizem que recebem um “pequeno subsídio mensal”, mas que “não chega para a aquisição e desgaste do fardamento”. As vigílias começaram por causa do subsídio de missão. Os agentes e miliares falam de discriminação, depois do Governo ter atribuído o suplemento apenas à PJ. Concordam com a atribuição, mas acreditam que devia haver igualdade para todas as forças de segurança.

Jornalista: 
Carina Alves