Linha do Tua: menos uma pedra na engrenagem, mas ainda sem data para o comboio arrancar

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Ter, 01/06/2021 - 12:20


As locomotivas que pertenciam à Metro Ligeiro de Mirandela foram já adquiridas pela Agência Regional de Desenvolvimento do Vale do Tua (ARDVT), o que resolve um dos problemas que ainda subsistia e impedia que o Plano de Mobilidade do Tua pudesse avançar e concretizar-se.

Júlia Rodrigues autarca de Mirandela e actualmente presidente da administração da ARDVT não adianta nenhuma previsão de data para que o comboio e o barco façam o transporte de passageiros no percurso que substitui a antiga linha do Tua, mas explica que o material vai para manutenção para as oficinas da CP. “Estamos agora a preparar, na agência, a sua passagem para o operador para poder ir para as oficinas para manutenção e para terem as necessárias adaptações. Isto desbloqueia a questão da mobilidade quotidiana, em relação ao material circulante das automotoras. O comboio turístico também vai ser adaptado, em princípio nas oficinas de Carvalhais, pela CP. Em relação ao material circulante a situação está resolvida”, assegura. O impasse nesta matéria estava relacionado com o facto de a Metro de Mirandela nunca ter pago as locomotivas à CP. “Ainda permanece uma dívida, que dura desde o início, há 30 anos. A Metro Ligeiro de Mirandela nunca pagou as automotoras à CP. Essa verba de venda das automotoras à agência vai na totalidade para a CP”, esclarece, acrescentando que no que diz respeito à linha, depois de vários meses a aguardar a decisão, será agora necessário fazer uma limpeza de vegetação. “Estamos também a aguardar que seja pago o montante que a agência tem de pagar sobre as obras de requalificação que foram feitas”, frisa. Júlia Rodrigues esclarece que falta agora concluir a certificação do operador privado. “Estamos à espera que o operador seja certificado, pelo IMT [Instituto da Mobilidade Terrestre], com licença de operador de ferrovia, uma vez que a nível do barco a situação está resolvida, segundo julgo saber. Falta o material circulante, que está praticamente desbloqueado e a certificação do operador, que está no bom caminho. Em relação à linha falta a vistoria final da IP”, afirma a autarca, que frisa que nesta altura “tudo depende das entidades porque a nível das câmaras e da agência está tudo ultrapassado”. Este deverá ser mais um Verão sem que o Plano de Mobilidade do Tua esteja no terreno.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro