Internamentos no fim

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Ter, 31/05/2005 - 17:50


A construção de novos Centros de Saúde no distrito de Bragança vai ditar o encerramento total dos serviços de internamento que ainda vão resistindo em algumas (poucas) sedes de concelho.

Esta valência está cada vez mais concentrada nos hospitais distritais, sendo o caso de Bragança o mais emblemático. A unidade está a rebentar pelas costuras há alguns anos, pelo que o fim dos internamentos em Vinhais, Mogadouro ou Vimioso só veio agravar a situação.
As obras de ampliação continuam à margem do HDB e, com o aperto do cinto que se adivinha nos próximos tempos, não deverão arrancar tão cedo. Pelas contas do ex-ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, Bragança teria um Hospital quase novo a partir de 2007. Afinal, tudo não passou de promessas, a não ser que o novo titular da Saúde faça justiça aos bragançanos e amplie uma unidade que está ultrapassada há dez anos, pelo menos.
O fim dos internamentos, por outro lado, faz vir ao de cima o lado negativo da política de saúde que foi implementada no distrito sem atender às distâncias que separam os centros de saúde dos hospitais distritais.
Há novas unidades de saúde, é certo, mas muitas abriram portas sem que sejam acautelados os interesses das pessoas, obrigadas a percorrerem quilómetros para recorrerem a um hospital distrital ou, simplesmente, para visitarem um familiar. Sim, porque o fim dos internamentos em diversas sedes de concelho também acarreta trabalhos redobrados para os familiares dos doentes que se encontram internados nos hospitais.
Para evitar que a população do concelho seja obriga a estes sacrifícios, o presidente da Câmara Municipal de Moncorvo prefere que o novo centro de saúde não abra sem que esteja assegurada a questão dos internamentos. É que a verba do programa Saúde XXI já chegou ao fim e a Unidade de Cuidados Continuados da vila terá que esperar por melhor oportunidade. Se todos os autarcas fizessem assim, os internamentos ainda eram uma realidade em muitas vilas e os hospitais distritais, em especial o de Bragança, não estavam tão entupidos.