Ter, 10/10/2023 - 09:53
A greve dos professores, na passada sexta-feira, levou ao encerramento de várias escolas no distrito e deixou alunos sem aulas. O Jardim de Infância e 1º ciclo de Agrochão, o Jardim de Infância de Izeda e o Jardim de Infância do Polo I de Macedo de Cavaleiros fecharam mesmo. Na escola das Beatas, em Bragança, só uma turma teve aulas. Quanto às restantes escolas, no agrupamento Abade Baçal, em Bragança, a adesão foi apenas de 20%, mas no Miranda do Douro chegou aos 62%. Segundo a dirigente de Bragança do Sindicato dos Professores do Norte, Teresa Pereira, há muitos docentes descontentes e dispostos a fazer greve, porque “não há outra alternativa”. “Esperemos que seja a última greve deste ano. É um aviso ao Governo e um grito de alerta para que se resolvam os problemas de forma séria. O Orçamento de Estado está em discussão e também passa por aí, por haver uma fatia significativa do orçamento para a Educação”, frisou. As colocações dos professores são um dos motivos do protesto. Há profissionais a ficarem colocados a dezenas de quilómetros de casa. “No nosso distrito temos professores de 50 e 60 anos colocados a cento e muitos quilómetros, numa situação muito precária”, afirmou. Os docentes pedem ainda a actualização da carreira. Em causa está um défice de 6 anos e 6 meses, o que impede que alguns professores “não cheguem ao topo” da carreira. “O primeiro-ministro vem explicar que afinal o corte não pode ser reposto, porque as contas públicas estarão em causa, o que também não é verdade, porque faz uns cálculos que não são bem a realidade”, disse. As estruturas sindicais entregaram na terça-feira uma moção ao primeiro-ministro, na qual pedem soluções para a classe. Esta terça-feira termina o prazo para apresentação da proposta do Orçamento de Estado para o próximo ano. Se não estiverem contempladas verbas que resolvam os problemas dos professores, o novo ano lectivo poderá ser marcado por sucessivas greves. Para esta segunda-feira também estava marcada uma greve dos assistentes operacionais. O Centro Escolar de Santa Maria, que pertence ao Agrupamento de Escolas Miguel Torga, está encerrado por causa da greve dos assistentes operacionais. As crianças foram mandadas para casa. Ao que apurámos, as restantes escolas estão todas abertas e a funcionar na sua normalidade. No Centro Escolar da Sé, que pertence ao Agrupamento de Escolas Emídio Garcia, uma turma do pré-escolar ficou sem aulas, por causa da falta de um funcionário. Na sexta-feira, a greve dos professores já deixou alguns alunos sem aulas e esta segunda-feira a situação poderia repetir-se com a greve dos funcionários, que, caso faltassem, não estaria garantida a segurança dos recreios e a vigilância dos alunos, nem a abertura de cantinas. Na origem da greve, convocada pelo Sindicato Nacional dos Profissionais da Educação, está a desvalorização dos salários. Os profissionais queixam-se que o salário está cada vez mais próximo do salário mínimo e que para conseguirem chegar ao topo da carreira precisam de trabalhar 70 anos.