Governo vai lançar concurso para reabilitação da linha do Douro em 2023

PUB.

Ter, 04/10/2022 - 10:24


O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, anunciou esta segunda-feira que, durante o primeiro trimestre de 2023, vai ser lançado o concurso público para a elaboração do estudo prévio e o projecto da reabilitação da linha do Douro, entre Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigues)

Os detalhes do estudo prévio foram apresentados em Freixo de Espada à Cinta. Para reabilitar o troço da linha ferroviária do Douro, desde a última estação que ainda recebe o comboio até à fronteira, são necessários cerca de 75 milhões de euros. O ministro criticou em Freixo de Espada à Cinta o desinvestimento na ferrovia em Portugal nas últimas décadas. Pedro Nuno Santos actualmente essa não é a política do Governo e destacou que a maior parte das linhas ferroviárias no país estão em obras e garantiu que, no caso da linha do Douro, os carris vão mesmo chegar até Espanha. “As obras não se fazem em 1 ou 2 anos, temos de fazer estudos de viabilidade, avaliações de impacto ambiental, projectos, lançar empreitada, infelizmente demora. É difícil recuperar 40 anos de atraso na ferrovia em pouco tempo, mas esse é o trabalho que estamos a fazer”, afirmou. O ministro considera que “é muito claro que a linha do Douro tem um potencial único no mundo, que deve ser aproveitado em toda a sua plenitude”, por isso garante que o Governo “quer que o comboio chegue à fronteira”. “O primeiro passo para podermos avançar para esse investimento é termos o estudo de viabilidade, os estudos prévios e o projecto feito, o nosso objectivo é lançar o concurso no primeiro trimestre de 2023”, adiantou. Portugal vai ainda tentar sensibilizar o governo espanhol para que continue a ligação ferroviária até Salamanca, mas o ministro das Infraestruturas afirma que para já o executivo português deve “tratar do nosso país e de fazer aquilo que depende dos portugueses”. A linha do Douro entre Pocinho e Barca d’Alva, com pouco mais de 27 quilómetros, está desativada desde 1988. Segundo o estudo de viabilidade económica da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, apresentado em Freixo de Espada à Cinta, reabrir a via-férrea é rentável do ponto de vista financeiro, com benefícios previstos de mais de 84 milhões de euros, podendo contribuir para a criação de mais de 4700 empregos na área do turismo. A Associação Vale d’Ouro, que defendia a reactivação deste troço há algum tempo, já veio congratular-se com anúncio da reabertura da Linha do Douro até Barca d’Alva, vendo assim “reposta alguma da justiça que a região reclama”.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro