Governo dá luz verde à criação do Instituto de Língua e Cultura Mirandesa

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Ter, 06/02/2024 - 10:59


Despacho para a criação da entidade já foi publicado em Diário da República

Foi publicado, no fim da semana passada, em Diário da República, o despacho para constituir o grupo de trabalho para a promoção da segunda língua oficial de Portugal, com vista à criação do Instituto de Língua e Cultura Mirandesa, com uma dotação anual de 200 mil euros. O financiamento para a criação da unidade orgânica duplicou, conforme foi avançado no final de 2023, sendo que os deputados aprovaram, em Dezembro, na Comissão de Orçamento e Finanças, uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2024, para a criação deste organismo, depois de já em 2022 ter sido aprovada também uma proposta de alteração do Orçamento de Estado de 2023 para o mesmo efeito. O presidente da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa, Alfredo Cameirão, diz que “a notícia foi recebida com toda a satisfação”, uma vez que a criação desta entidade orgânica, para preservar e valorizar a língua mirandesa, “é uma aspiração antiga”. “Nós entendemos que é absolutamente fundamental e sem ela não conseguiríamos avançar muito mais. Sendo este o primeiro passo para a sua concretização, recebemos a notícia com toda a felicidade e contentamento”, rematou o presidente da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa. Para já será criado um grupo de trabalho, do qual fará parte a associação, o agrupamento de escolas e a câmara de Miranda. “O Governo decidiu criar um grupo de trabalho com a missão de definir uma estratégia de protecção e promoção da língua mirandesa, bem como um plano de implementação de uma unidade orgânica própria para a implementação e operacionalização dessa estratégia”, lê-se em Diário da Republica, onde se acrescenta que será constituído o grupo de trabalho e que “o grupo de trabalho tem natureza temporária” e é constituído por um representante do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, que coordenará um representante do Património Cultural, um da Direcção-Geral da Educação, um do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, um do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, um da autarquia de Miranda do Douro e um da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa. “Desse grupo de trabalho nascerá a entidade orgânica que poderá delinear uma estratégia de manutenção e de salvaguarda da língua”, acrescentou Alfredo Cameirão. Segundo um estudo da Universidade de Vigo, o mirandês está numa situação muito critica, podendo desaparecer em poucos anos. O presidente da associação quer lutar para que isso não aconteça e a criação deste instituto pode ser uma ajuda preciosa. “É uma luta, a criação desta entidade, e temos que acreditar que vai ajudar”, vincou Alfredo Cameirão. No mês passado, a Lei do reconhecimento do Mirandês completou 25 anos.

Jornalista: 
Carina Alves