Ter, 02/08/2005 - 16:00
A primeira foi pioneira no lançamento do programa que, através do Instituto Português da Juventude (IPJ), apoia o envolvimento dos jovens na protecção da floresta.
Como em Rabal não existem rapazes e raparigas suficientes, a equipa de vigilância foi constituída por jovens e seniores, com idades entre os 20 e os 51 anos. Acontece que, tal como o nome indica, o programa “Voluntariado Jovem para as Florestas” destina-se aos mais novos e, como se isso não bastasse, as equipas têm de ser alteradas em cada quinzena.
Ora, se nas duas aldeias já foi difícil recrutar 12 pessoas para formar uma equipa, arranjar pessoal para cada quinzena até terminar o projecto, no final de Setembro, é uma tarefa impossível.
Por isso, o presidente da Junta de Rabal (JFR), Paulo Hermenegildo, não poupa críticas à decisão que ditou a suspensão do programa naquela aldeia. “Devido à desertificação foi acordado que entrariam seniores na equipa, conjugando a sabedoria dos mais velhos com a garra dos mais jovens”, recorda o autarca.
Paulo Hermenegildo relembra que, na fase de arranque, “já houve dificuldade devido à falta de jovens” e lamenta que o programa vá por água abaixo “porque quem decide vê o País da mesma maneira e não atende às especificidades do interior desertificado”.
Investimentos perdidos
Na óptica do responsável, a rotatividade das equipas é uma falsa questão, que em nada contribui para o sucesso do programa. “A rotatividade não ajuda em nada, porque as pessoas já tinham experiência e era perda de tempo estar a começar de novo em cada quinzena”, alega o presidente da Junta.
Paulo Hermenegildo lamenta que a suspensão do programa tenha acontecido numa aldeia do Parque Natural de Montesinho e numa altura mais propícia à ocorrência de incêndios. “As ceifas estão feitas e agora é que começam os incêndios, mas a aldeia está mais desprotegida”, salienta o responsável.
Acresce que a decisão também penaliza os rendimentos da população, dado que, por cada turno de cinco horas e meia, cada elemento afecto à vigilância recebia 12 euros.
Além disso, a JFR gastou cerca de 500 euros num posto de vigia e, com o apoio da Câmara Municipal de Bragança, apostou em meios nos meios motorizados para reforçar a eficácia na vigilância. “Gastou-se em combustível e nos cartões para os telemóveis que nos foram oferecidos por uma empresa do ramo para ir tudo por água abaixo. Espero que reconsiderem”, defende Paulo Hermenegildo.