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“Esta Câmara é uma fraude”

Ter, 20/09/2005 - 15:19


O presidente da Junta de Argozelo (JFA), José Sena, protagonizou a intervenção mais dura da noite, ao acusar a Câmara Municipal de Vimioso de ter impedido o desenvolvimento da freguesia.

“Esta Câmara é uma fraude. Ao longo destes quatro anos sofri na pele o que é ser autarca numa freguesia votada ao esquecimento pela Câmara Municipal”, revelou José Sena, desencadeando fortes aplausos na sala.
O autarca, que é segundo na lista do PS à Assembleia Municipal de Vimioso, exige “mais respeito pelos presidentes de Junta”, alegando que os autarcas das freguesias “não são eleitos para andarem para aí a comer jantares, como fazem os elementos da Câmara”.
A falta de água, que este ano afectou a vila de Argozelo a aldeias vizinhas, esteve no centro das atenções, com o autarca a acusar a CMV de nada fazer para resolver o problema. “Desde 2002 que alerto para o problema da falta de água. Dizem que no próximo ano vai estar tudo resolvido, mas para isso já deviam ter começado a trabalhar, porque é no Verão que se podem fazer a obras e não no Inverno”, sustenta José Sena.
Na óptica do presidente da JFA, a resolução dos problemas da água não é prioritária para o executivo camarário. “Isso não dá votos! O que dá votos é meter gente na Câmara e na Casa da Cultura”, acusa o autarca.
O responsável recorda que, nos últimos quatro anos, a CMV “admitiu mais de 40 pessoas, quando há quatro anos acusavam o Eng. José Miranda de ter gente a mais na Câmara”. José Sena garante que os concursos são feitos à medida, tendo por critério a filiação partidária. “De certeza que nenhum de vós foi ou vai para lá”, assevera o presidente da Junta.

“Querem é o vencimento”

O autarca desconfia das promessas em torno do desenvolvimento económico, alegando que a autarquia não tem quadros capazes neste sector. “Eles lá têm vereadores que percebam de actividade económica. Eles querem é mamar o vencimento ao fim do mês, porque de gestão empresarial não sabem nada”, disparou José Sena.
Ainda no sector económico, o autarca baseou-se numa experiência pessoal para tecer mais críticas à Câmara. “Em tempos disse-lhes que, se criassem uma Zona Industrial em Argozelo, criava lá uma fábrica com 50 postos de trabalho, mas não o pude fazer porque a Câmara não foi capaz de rever o Plano Director Municipal. Então isto é que é desenvolvimento económico?”, ironizou o responsável.
O projecto de aproveitamento termal das águas da Terronha e a construção de mini-hídricas também não passaram despercebidas. “Andam a falar nisto há três anos, mas é só para aparecerem na Comunicação Social, porque não existe nada”, lamenta o autarca.