Eleições na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Alto Douro levantam polémica

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Ter, 28/12/2021 - 09:56


A lista que se apresentou como alternativa à actual direcção da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Alto Douro apresentou uma providência cautelar, no tribunal de Bragança, para suspender as eleições para os Órgãos Sociais e Estatutários daquela instituição bancária

quela instituição bancária. Segundo explicou Jorge Nunes, que se candidata a presidente do conselho superior, o objectivo passa por conseguir a imediata suspensão do acto eleitoral. A lista à qual pertence o ex-presidente da câmara de Bragança entende que as eleições deveriam decorrer durante uma assembleia eleitoral própria e não como um dos pontos da Ordem de Trabalhos de uma assembleia-geral, que tem data marcada para hoje, dia 28. “Isto é matéria suficiente para considerar que, da parte da administração, não há transparência no acto, não há respeito pelos associados, não há disponibilidade para o escrutínio da gestão”, considerou Jorge Nunes, que fala de “incumprimento dos estatutos e do regulamento eleitoral”. “Os donos do banco têm a obrigação de, pelo menos num processo eleitoral, prestar contas, mas percebemos que os associados nem sequer participam nas assembleias”, rematou ainda. Jorge Nunes assumiu que, para já, nem sequer se sabe se a lista à qual pertence foi aceite. “Não sabemos se foi aceite ou se foi recusada. Quem tem a responsabilidade de garantir a transparência e a regularidade de um acto eleitoral, que é o presidente da mesa da assembleia geral, criou esta situação. Ele saberá porque é que a deixou criar ou quem fez com que assim fosse”, assinalou, referindo que a candidatura, apoiada por cerca de 900 associados, é uma atitude de se apresentarem de “forma positiva”, manifestando “disponibilidade”, mas foram “travados” de “forma ilegal” por parte da administração. Em comunicado, assinado pelo mandatário da candidatura, Mário de Abreu e Lima, lê-se que esta é a primeira vez na história da instituição que se quebra o paradigma de lista única. “Na anterior eleição, num universo de cerca de 14 mil associados, votaram cerca de 70, ou seja, 0,5% do colégio eleitoral, o que diz muito sobre o despeito que aos associados tem sido reservado pelas últimas administrações”, revela-se no documento. Neste comunicado são ainda apontadas, à administração, a prática de irregularidades. “Estando por regulamento estipulado que os relatórios de avaliação definitivos dos membros integrantes de ambas as candidaturas deviam ter sido apresentados até ao 35º dia anterior ao 1º dia do mês em que se realizam as eleições, neste caso, até ao dia 27 de Outubro de 2021, só em 24 de Novembro foram alegadamente apresentados ao presidente da mesa da assembleia geral”, dizem, acrescentado que “ao contrário do estipulado, tais relatórios nunca foram até hoje, fornecidos a esta candidatura, desconhecendo-se na íntegra, as razões arregimentadas pela comissão de avaliação para considerar adequados ou não adequados os membros indicados por ambas as listas para os órgãos de administração e de fiscalização”.

Jornalista: 
Carina Alves