Comissões de festas fazem centenas de quilómetros para conseguir autorização da E-Redes

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Ter, 12/09/2023 - 10:52


As comissões de festas, sejam de que parte do distrito forem, queixam-se de que têm que percorrer centenas de quilómetros para pedir uma autorização que dizem só ser dada no balcão da E-Redes, em Bragança

Cristiana Batista, da comissão de festas de Vale de Telhas, aldeia do concelho de Mirandela, foi obrigada a vir a Bragança duas vezes para entregar um “pedido de ligação de luz” e para levantar a “autorização”. “Disseram que tinha que tinha que me deslocar à E-Redes para entregar o pedido da ligação do quadro. Depois eles avisam por e-mail, de que está pronto o licenciamento, e temos de ir Su Electricidade que é quem está a fazer isso para a E- -Redes para fazer o pagamento e levantar o licenciamento, o papel que diz que estamos aptos para poder realizar o evento e que há luz”, explicou. Os mordomos têm de pedir a um electricista que instale um quadro. Depois a E-Redes ficará responsável por autorizar e fazer a ligação. A mordoma mostrou- -se indignada por ter de fazer “200 Km para pedir um papel e fazer um pagamento”, quando considera que isso poder ser resolvido por e-mail ou até numa loja da E-Redes, em Mirandela. Dinis Gonçalves tem uma empresa de iluminação em Lamalonga, no concelho de Macedo de Cavaleiros, e é contratado pelas comissões de festas para fazer a instalação do quadro eléctrico. Assina ainda os termos de responsabilidade para que os mordomos possam pedir a licença junto da E- -Redes. Conhece bem os dilemas e preocupações dos mordomos e confessa que a E-Redes é “uma trapalhada” no que toca a fazer pedidos de ligação. Este ano já se fartou de ouvir queixas. “Eu apanhei duas comissões de festas que são em aldeias a cento e tal quilómetros de Vila Real, não cabe na cabeça de ninguém terem que ir lá duas vezes”, disse. Já chegou a instalar quadros eléctricos e os mordomos não chegaram a ter a autorização da E-Redes para fazer a ligação antes de a festa começar. “Apanhei cinco ou seis festas durante o Verão todo que nem conseguiram requisitar a luz e foram lá três ou quatro vezes, passou a festa e só depois é que veio a autorização de ligação”, contou. O facto de as pessoas terem que se deslocar à capital de distrito para solicitar autorização vai fazer “com que algumas pessoas nunca mais queiram ser mordomas, porque ficaram extremamente chateadas”. No entanto, a E-Redes disse ao Jornal Nordeste que a deslocação não é obrigatória, uma vez que o Balcão Digital da E-REDES “permite pedir todo o tipo de ligações à rede, entre estas ligações eventuais, de forma digital e por isso também possíveis de serem feitas de qualquer lugar, de forma simples e célere”, permitindo ainda ao cliente “trocar documentação” e “acompanhar as diferentes etapas” do pedido. “Nas nossas lojas de atendimento presencial, é explicado aos clientes que já existe esta alternativa e que a mesma pode e deve ser usada para maior conforto dos clientes”, acrescentou. Dinis Gonçalves tentou fazer o pedido online quando fez parte da comissão de festas da sua aldeia. No entanto, confessa que dá “uma trabalheira”. “Quando fui mordomo tentei fazer online e chegou quase ao dia da festa e não tinha autorização. Depois liguei para lá e com os comprovativos dos e- -mails é que me conseguiram desbloquear aquilo, senão passava a festa e eu ficava sem quadro. Nem sequer quem está lá a trabalhar sabe como aquilo funciona”, criticou. Há também comissões de festas que desconhecem que têm que fazer o pedido para ligação do quadro junto da E-Redes.

Jornalista: 
Ângela Pais