Comércio tradicional sem saldos regista menor afluência

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Ter, 04/01/2022 - 11:34


Até ao dia 9 de Janeiro, os saldos nas lojas físicas estão proibidos e a medida não foi bem recebida por quem tem lojas de comércio tradicional abertas em Bragança

Idalina Casas tem uma loja de vestuário e desde a semana a seguir ao Natal já teria “algumas promoções”. “Este ano, como não nos autorizaram, a afluência é mesmo muito pouca às lojas. Nota-se que as pessoas estão à espera dos saldos, e perguntam porque não temos promoções e vão embora, acabam por não comprar”, afirmou. A comerciante não concorda com esta decisão, porque entende que “não têm muita lógica, porque a afluência já não é muita nesta altura do ano”. Apesar de fazer vendas on-line, e nessa modalidade ser permitida a redução de preços, considera que a medida “é muito injusta para quem tem um a loja aberta”. No on-line já se está a praticar saldos, “mas não é a mesma coisa, a clientela é principalmente de Bragança e vem à loja, gosta de ver e de experimentar”. Bárbara Lancha diz que apesar de antes do Natal as vendas até terem corrido bem, “agora voltou a decrescer, com a situação de não se poder fazer os saldos, as pessoas estão à espera que as lojas tenham promoções para poderem fazer trocas” dos presentes. O movimento diminuiu desde o Natal e “de uma semana para a outra notou-se um decréscimo muito grande de vendas”. A empresária afirma até concordar com a medida. “Nós não temos ganho muito dinheiro com esta situação pandémica e acho que atrasando os saldos, há possibilidade de sempre se ganhar mais algum, para quem estiver disponível para isso, quem não estiver vai aguardar na mesma os saldos e aí é que vai vir para as lojas, porque está mau para os comerciantes, mas também está muito mau para quem compra”, sublinha. Fernando Afonso também já teria saldos nesta altura, num ano normal.“Há muito menos gente e há outra coisa, estão a comprar on-line, porque aí podem fazer promoções”, afirma, um serviço que não tem, mas pensa criar. Apesar dos constrangimentos entende a imposição de se adiar os saldos. “Acho que se justifica, porque ia haver muitos aglomerados de pessoas. Há sempre muita gente, as pessoas correm de maneira desenfreada aos saldos e é muito mau para esta situação”, afirmou o empresário. Opinião contrária tem Cristiana Gomes, que acredita que na loja no centro da cidade “não iria haver grandes aglomerados”, por causa dos saldos. “Até porque após o primeiro confinamento, quando começámos a abrir as lojas, só podíamos ter x pessoas e respeitavam, e acho que agora ia correr também, acho que o pior são os centros comerciais, agora nós não”, afirma a lojista, que diz que “os clientes estavam habituados a que depois do Natal começassem as promoções, entram, perguntam pelos saldos e ficam à espera” para depois do próximo domingo. Os saldos estão proibidos desde o dia 25 de Dezembro e até 9 de Janeiro no comércio físico. Só as vendas online podem ter redução de preços.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro