CIM apresenta estratégia para a próxima década no território e critica critérios de financiamento

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Ter, 28/11/2023 - 11:18


A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) apresentou a sua estratégia para o próximo quadro comunitário, o 2030

São 110 milhões de euros para os municípios da CIM, Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mogadouro, Mirandela, Vinhais, Vimioso e Vila Flor. Foram apresentadas 10 orientações dos investimentos que os municípios pretendem fazer, em articulação com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Cada câmara apresentou as suas prioridades de financiamento. Na apresentação da estratégia, na segunda-feira, um dos responsáveis, Mário Rui Silva, explicou que estará assente “nos activos diferenciados das terras de Trás-os-Montes, nomeadamente ao nível da excelência ambiental, ao nível de um turismo de natureza, aventura, ligado ao património histórico e cultural, aos produtos endógenos e ao nível das fileiras agro-industriais”. O especialista realçou que o objectivo é reverter a desertificação na região. O Instituto Politécnico de Bragança pode ser uma das soluções, uma vez que atrai jovens de várias partes do país e até do estrangeiro. “A tendência para os próximos anos é uma imigração de população estrangeira, que vem estudar para Bragança e que se tiver um quadro de vida agradável e incentivos tenderá a fixar-se em Bragança. Isso é muito importante não apenas para fornecer trabalhadores activos qualificados, como para a criação de novas empresas”, frisou. O turismo é outra das apostas para o desenvolvimento da região e os produtos endógenos podem ser a chave para a atracção turística. O presidente da Comunidade Intermunicipal realçou ainda que é preciso serviços públicos de “elevada qualidade” e não deixar que saiam da região, assim como oferta formativa, para que os jovens não deixem a sua terra para estudar, como acontece no concelho de Vimioso, onde não há ensino secundário. Jorge Fidalgo considera também que ao nível empresarial “deveria haver outra estratégia” de financiamento. “Tem de haver políticas muito concertadas e pessoalmente defendo que deveria existir um plano com financiamentos multifundos, em que o sector agrícola, o sector industrial e até o sector social têm que estar interligados. O que temos é que cada sector tem trabalho separadamente. Tem que haver aqui uma estratégia conjunta para o território”, vincou. Apesar de a estratégia ter sido adaptada às necessidades da região, “há um conjunto de orientações que tem a ver com a transição energética, com a descarbonização, mas também com os serviços de proximidade às populações, com a digitalização dos serviços”, que vão ser obrigatórias. Jorge Fidalgo não poupou críticas aos critérios de financiamento, uma vez que “coloca algumas limitações nalgumas das prioridades de investimento atendendo à especificidade da região”. “Temos um território vastíssimo, com muitos problemas, por exemplo a nível das acessibilidades, e obviamente que o quadro comunitário fica muito aquém daquilo que gostaríamos e necessitamos para o nosso território. Gostávamos era que os critérios de elegibilidade e alocação dos recursos fossem em função das necessidades específicas de cada território e não critérios gerais”, afirmou, admitindo que não seria uma “tarefa fácil”, mas que iria ao encontro dos problemas de cada região.

Instalação de internet fixa estará para breve

A secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, esteve presente na apresentação da estratégia e adiantou que vai ser aberto o concurso público para a instalação da banda larga. Depois de um estudo feito, foi possível concluir que 451 mil edifícios, quer habitacionais, quer serviços, mas também espaços agrícolas, não tinham acesso à internet. Em breve, será feito um despacho de Isabel Ferreira e do secretário de Estado da Digitalização que dará “alguns dias à entidade que vai lançar o concurso para o fazer”, um consórcio de entidades entre as CDDR’s e os dois governos das regiões autónomas. A instalação da banda larga tem que estar concluída em três anos, mas 75% do esforço terá que ser feito nos dois primeiros anos. O processo representa um investimento de 425 milhões de euros. Foi ainda lançada a plataforma geo.anacom onde as pessoas podem ver a cobertura de rede em cada local.

Jornalista: 
Ângela Pais