Ter, 04/06/2024 - 16:01
O Combate Medieval, apesar de se inspirar em lutas antigas, é um desporto moderno e é relativamente recente. Por isso, em Portugal há poucas competições nas quais os atletas possam participar. Carrazeda de Ansiães oferece, há três anos, essa possibilidade. O Castelo de Ansiães, ao longo do fim-de-semana, foi palco para vários torneios, recebendo quatro equipas portuguesas e outras tantas espanholas, que competiram em diferentes modalidades, nomeadamente, Pro Fight, Arma de Haste, Espada Longa, Espada e Escudo, Espada e Broquel e 5x5. A equipa lisboeta Serra Red Lions esteve em Carrazeda pela terceira vez. O capitão da equipa assumiu que rumar a Trás- -os-Montes é uma grande oportunidade para competir porque “tanto em Portugal como em Espanha, que acaba por ser o mais fácil, em termos de deslocação, ainda não há muitas competições”. “O desporto está a crescer embora ainda estejamos a dar os primeiros passos”, rematou Diogo Gouveia, que esclareceu que em Portugal há apenas quatro equipas e em Espanha há cerca de uma dezena. E de Espanha, também pelo terceiro ano, veio a equipa Ursus Custodes. Daniel Bernardos, o capitão, não tem dúvidas de que o evento “está cada vez melhor”. “Vêm cada vez mais lutadores e há mais combates. Fico contente de ter torneios perto”, rematou, dizendo que, “a nível cultural e desportivo, é algo único e interessante”. De Espanha, desta equipa, vieram sete elementos. “É bom para conhecer gente de outros países que fazem o mesmo que nós”, contou ainda. Orlando Silva, capitão da equipa portuguesa Armis Nostrum, também não perde o torneio medieval. A equipa, de Óbidos, marca presença desde a primeira edição porque “é desafiante”. Os membros treinam, pelo menos, duas vezes por semana, por isso, “é bom, depois, por o que se sabe em prática”. “Nós já nos conhecemos há tantos anos que há aqui uma amizade muito fraterna, entre portugueses e espanhóis. Fazemos os nossos combates e confraternizamos. Não há igual”, vincou Orlando Silva, um dos atletas portugueses mais antigos, tendo-se estreado em 2013. Às lutas, que aconteceram no castelo, juntou-se o mercado medieval, que decorreu na vila, na Praça 6 de Abril. Noutros tempos, Carrazeda de Ansiães acolhia apenas o mercado e depois houve uma interrupção na iniciativa. Há três anos decidiu-se retomá-la com este “figurino”, ou seja, criar espaço para a feira e para os torneios. Como há poucos no país e na região nem há nenhum, além deste, a iniciativa chama gente ao concelho, que também é uma das grandes ideias. “É um torneio internacional e estamos a tentar consolidar esta formúla porque temos atingido o objectivo central, que é mostrar o nosso património histórico e atrair visitantes”, referiu o presidente da câmara, João Gonçalves, que acrescentou ainda que “é importante” dar “vida” às “potencialidades do concelho, noutras vertentes, como sendo valorizar o castelo. Ao longo do fim-de-semana, de 31 de Maio a 2 de Junho, o Castelo de Ansiães foi palco de dezenas de lutas medievais. As lutas são reais e acontecem em ambientes preparados e podem ser jogadas em grupos ou um contra um. Já o mercado, que aconteceu na vila, contou com vários artesãos e com a venda de bebidas e comidas, bem como alguns produtos regionais.