Carne mirandesa, de cabrito transmontano e cordeiro mirandês recebem medalha de ouro

PUB.

Ter, 21/06/2022 - 18:05


O 11.º Concurso Nacional de Carnes Tradicionais premiou três raças autóctones da região

Além da carne de bovino Mirandesa, galardoada desde a primeira edição, também as carnes de Cordeiro Mirandês e Cabrito Transmontano receberam a medalha de Ouro nesta edição do concurso promovido pelo CNEMA - Centro Nacional de Exposições, em conjunto com a Qualifica/oriGin Portugal. Para Nuno Paulo, da Cooperativa Agropecuária Mirandesa, este selo de qualidade é importante para a comercialização e divulgação da carne desta raça autóctone. “É um concurso que para nós é importante principalmente quando a gente vai lá para fora ou o cliente nos visita”, afirma. O responsável destaca que só recentemente foi criada esta valorização neste sector. “As cervejas comerciais no nosso país há uns anos tinham todas medalhas de ouro e não havia uma valorização da carne nesse sentido. E a Qualifica, juntamente com a organização da Feira Nacional de Agricultura, iniciou um concurso anual” destaca. O júri do concurso considerou a carne mirandesa é “muito tenra e suculenta, saborosa, ligeiramente infiltrada de gordura de cor clara, muito firme, atingindo elevado grau de palatabilidade nas peças designadas por Posta Mirandesa e elevada suculência no Rodeão Mirandês”. Andrea Cortinhas, da Cooperativa de Ovinos Mirandeses – ChurraCoop, explica que é o terceiro ano que a carne de cordeiro dos associados é premiada com a medalha de ouro no concurso nacional, o que na sua opinião valoriza o produto num mercado cada vez mais exigente. “O consumidor cada vez está mais informado, como tal tudo o que seja um prémio que certifique a sua qualidade, valorize o produto, o consumidor fica mais agradado e consome mais . Apesar de ser uma carne vermelha pelas suas qualidades organoléticas aproxi - m a - s e mais de uma carne branca”, sublinha a secretária técnica da cooperativa. A “cor rosada” da carne, ser “extremamente tenra”, “suculenta e muito saborosa, com aspecto pouco marmoreado”, “músculo bastante suculento e macio” e “uma textura macia” foram qualidades que valeram o prémio atribuído ao cordeiro mirandês. A Cooperativa de Produtores de Cabritos de Raça Serrana também já recebeu o prémio por outras vezes. Ainda assim, esta é uma distinção muito importante para a cooperativa, conforme explica o presidente António Neves. “O prémio é extremamente importante para nós, porque afecta directamente a comercialização. É o reconhecimento de que o cabrito é de excelente qualidade. A carne é proveniente de uma raça específica: a caprina serrana. Para produzir cabrito transmontano DOP o produtor tem de ter cabra serrana inscrita no livro genealógico. A carcaça é excelente porque a alimentação do cabrito é leite materno e confere à carne mais ternura e mais suculência”, explica, referindo que há cerca de 50 cooperantes no distrito de Bragança e alguns concelhos do distrito de Vila Real. O cabrito transmontano foi distinguido precisamente pela alimentação e “diferencia-se pela qualidade organolética, designadamente a palatabilidade, tenrura e suculência”.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro