Cantarinhas e Carníssima

É precisamente esta enchente que deveria ser aproveitada para catapultar a cidade no mapa dos certames levados a cabo no País. O mais difícil está feito, que é montar uma feira capaz de gerar multidões. Numa delas compra-se e vende-se de tudo. Na outra só participa quem produz artesanato de qualidade.
A diversidade é grande e há muitos anos que cativa visitantes dos quatro cantos do distrito. No entanto, é preciso fazer algo mais para que a Feira das Cantarinhas consiga chamar a atenção do exterior. Só há uma maneira de atingir este objectivo, que é juntar a gastronomia ao artesanato, aproveitando as enchentes próprias do certame.
Porque não associar à Feira das Cantarinhas uma Feira de Artesanato e Gastronomia, tal como o NERVIR leva a cabo em Vila Real? Sobre o Artesanato estamos conversados, porque já é uma referência do programa, sendo que este ano se realizará no cenário da Praça Camões. Sobra, então, a componente gastronómica que pode, perfeitamente, ser desenvolvida noutro local, de preferência coberto. Tudo isto para dizer que a Feira das Cantarinhas ficaria enriquecida que lhe fosse associada a Carníssima – Festival da Carne, um certame que, infelizmente, tarda em regressar.
A Carníssima é, sem dúvida, um dos eventos mais bem pensados que já se realizou na região e só terá a ganhar se decorrer no ambiente de enchente próprio da Feira das Cantarinhas. Quem resistirá a um bom prato de carne após as compras nas tendas dos feirantes?
Agora, uma coisa é certa. Ou o efectivo das raças autóctones aumenta, ou a Carníssima não conseguirá dar resposta a tamanha procura. Este foi, de resto, um dos motivos que pesou no cancelamento do Festival da Carne, em 2002, a par das dificuldades na obtenção de financiamento para suportar os custos de organização.
Mas, a verdade é que as cozinhas continuam montadas no pavilhão do NERBA, à espera do regresso da Carníssima, o que poderá acontecer ainda este ano.