BRAGANÇA cria Centro de Arte Contemporânea

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Ter, 22/03/2005 - 15:17


O antigo Solar Sá Vargas, espaço ocupado anteriormente pela delegação do Banco de Portugal, no centro histórico de Bragança, vai dar lugar ao Centro de Arte Contemporânea (CAC).

A apresentação do projecto, elaborado pelo arquitecto Souto Moura, decorreu na passada quarta-feira, na capital do Nordeste Transmontano.
Esta criação cultural, que tem como principal objectivo cativar novos públicos, nomeadamente a população estudantil, vai acolher cerca de seis exposições por ano.
Para além dos jovens estudantes dos diferentes graus de ensino, a programação do Centro de Arte também se destina à população do distrito de Bragança, bem como aos habitantes da região de Castela e Leão, na vizinha Espanha.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Bragança (CMB), Jorge Nunes, “ 80 mil visitantes por ano é a meta a atingir com o programa de exposições e restantes actividades que vão decorrer neste espaço cultural”.

Museu para
gerações futuras

Para o edil, este número pode parecer exagerado, no entanto, “esta estrutura não está a ser construída só para o presente, mas também para as gerações futuras”. Dado que o Museu Militar de Bragança tem “50 mil visitantes por ano”, o autarca considera a fasquia “é aceitável” para um Centro que representa a modernização cultural da cidade.
A programação do CAC, numa primeira fase, vai ser coordenada pela Fundação de Serralves, “que vai disponibilizar a sua colecção para uma apresentação regular de exposições temporárias”. Além disso, o equipamento vai contar com o apoio e consultoria do Centro de Arte Reina Sofia e da Fundação Caixa Catalunha, do país vizinho.
Na óptica de Souto Moura, esta obra não vai ser “um elefante branco”, pois o Centro “está inserido numa rede de equipamentos que funcionam em rede e está amparado por instituições de grande sucesso, como Serralves e o Centro de Arte Reina Sofia”, concluiu.

Autarquia financia
parte da obra

O novo equipamento cultural, orçado em 4,7 milhões de euros, está integrado no projecto Transmuseus. A obra é co-financiada pelo INTERREG III, ficando a cargo da autarquia 56 por cento do investimento total.
O museu vai ser composto por três corpos. O primeiro vai nascer da requalificação do edifício do Solar Sá Vargas, destinado à recepção, livraria, restaurante e à exposição permanente. O segundo corpo vai ser construído de raiz e representa a nave de exposições temporárias. Quanto ao terceiro bloco, vai fazer a ligação entre os outros corpos e contempla a circulação entre exposições temporárias e permanentes, um serviço educativo, o gabinete administrativo e o gabinete técnico de museologia.