Bragança com menos sombras

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Ter, 22/03/2005 - 15:52


O abate de árvores na avenida João da Cruz, em Bragança, deixou esta zona da cidade completamente desprovida de sombras para fazer face às altas temperaturas que se vão fazer sentir no Verão.

Esta acção, levada a cabo pela Câmara Municipal de Bragança (CMB), resultou de um estudo encomendado à empresa Planeta das Árvores, para avaliar a saúde das espécies arbóreas que se encontravam nos espaços públicos da cidade. Depois da análise feita a cerca de 353 árvores, ficou decidido que 59 teriam de ser cortadas.
No entanto, alguns moradores da cidade mostram-se descontentes quanto ao corte, em massa, das árvores que davam sombra no jardim da avenida João da Cruz.
A falta de informação relativamente a esta acção também indignou outros cidadãos, que mostraram dúvidas relativamente ao facto das árvores estarem todas doentes.
“Como já estamos fartos de atentados contra o património, apenas com uma perspectiva de embelezamento modernista, duvido da acção levada a cabo pela autarquia. Ouvi dizer que as árvores estavam doentes, então pergunto-me: mas estavam todas doentes?”, duvida António Morais, um dos habitantes descontentes contactados pelo Jornal NORDESTE.

Bancos de jardim
sem sombra

Para José Manuel Alves, nascido e criado em Bragança, devia ter sido escolhida outra solução para os problemas causados pelas árvores. “Em vez de terem sido todas cortadas, deviam ter optado por apará-las. Agora estas árvores novas vão demorar para aí sete ou oito anos a crescer e no Verão as pessoas não podem ir para o jardim, porque não têm sombra”, referiu o popular.
Na óptica do presidente da Junta de Freguesia da Sé, Paulo Xavier, “cortar uma árvore é sempre uma pena”, mas quando “se torna um elemento perturbador”, o abate é a melhor solução, defende o autarca.
No caso desta avenida, o presidente da Junta considera que se tratava de “árvores inadequadas para aquele espaço” e enalteceu a nova plantação.

Espécie “infestante” substituída

A mesma posição foi vincada pelo vice-presidente da CMB, Rui Caseiro, que salientou “que se tratava duma espécie americana considerada infestante”.
Alguns moradores da avenida, por seu lado, concordam com o abate das árvores para acabar com as alergias que surgiam na Primavera, devido à flor que brotava destas árvores.
Neste local já foram plantadas “cerejeiras de flor dobrada”, que, segundo o autarca, “são adaptadas para aquele espaço verde”.
Quanto à sombra, Rui Caseiro diz que é preciso esperar e sugere aos cidadãos que se desloquem para outras zonas da cidade, nomeadamente para a Praça Cavaleiro Ferreira, que fica ao lado da avenida João da Cruz.