Autocarros de turismo queixam-se de estar parados desde Março e pedem apoios

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Ter, 15/09/2020 - 18:37


Movimento SOS Autocarros estima quebras de facturação de 95%.

Passou por Bragança, no sábado, a iniciativa SOS Autocarros, que pretende reivindicar apoios para as empresas de autocarros de turismo, dizendo que não foram contempladas pela ajuda atribuída ao sector do turismo. Esta volta a Portugal pretende alertar para as dificuldades destas empresas, que não têm procura para excursões e outras viagens turística no país e no estrangeiro, nem fazem os serviços ligados ao desporto e escolas, o que deixou cerca de 2000 autocarros parados em todo o país. O fim do limite da lotação dos autocarros é outra das reivindicações. “Os aviões podem transportar passageiros, completamente cheios, e os autocarros estão com a exigência dos 2/3, isso faz muita diferença porque as agências de viagem não conseguem organizar os grupos e isso irá encarecer muito mais as viagens”, afirma Mabília Costa, deste movimento. Segundo os promotores do protesto, os autocarros de turismo estão parados desde Março e “90% das empresas continuam com uma quebra de facturação superior a 95%” e nem no Verão voltaram a ter alguma actividade. “Estávamos com a expectativa que em Agosto e Setembro conseguíssemos ter algum trabalho, mas nem no Verão melhorou nada. Não conseguimos que os portugueses viagem. Se isto continuar assim antes do fim do ano irão para o desemprego mais de 2500 motoristas e fecharão mais de 1/3 das empresas de autocarros de turismo”, afirmou. Em Bragança, juntaram- -se ao autocarro de protesto, que vinha de Braga, viaturas da JR Viagens, uma empresa local que tem 10 funcionários, cujos postos de trabalho podem estar em causa se a situação de paragem continuar. “É uma situação muito crítica pois desde 14 de Março até à data não se conseguiu organizar mais nada. As pessoas têm receio, há limitações de passageiro e não se viaja. Pretendíamos apoios do governo para o sector, senão os funcionários terão de ir para o desemprego, se não há trabalho as empresas não aguentam”, admite José Rodrigues, director da empresa. Nestes seis meses, os prejuízos estimados na JR Viagens rondam os 100 mil euros. Nos próximos tempos, os autocarros só vão voltar a circular para assegurar alguns percursos escolares. Esta volta a Portugal do movimento SOS Autocarros de Turismo vai terminar na quarta-feira, com uma marcha lenta em Lisboa, no Porto e no Algarve.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro