Autarcas da CIM alertam para falta de viaturas para fazer transporte escolar

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Ter, 15/09/2020 - 18:23


Se a limitação da lotação de 2/3 se mantiver serão necessários mais percursos, mas em Vinhais vão faltar táxis.

Os autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes querem saber se vai ou não haver limitação de ocupação de 2/3 nos transportes escolares. Os presidentes de câmaras do território anteveem constrangimentos e mesmo falta de transportes, além de mais custos, caso se mantenham as restrições. O presidente da Comunidade Intermunicipal, Artur Nunes, alerta que em alguns concelhos deste território pode não haver transportes suficientes para assegurar o transporte escolar. “No caso de Vinhais, o exemplo mais problemático, há 24 táxis, mas vão ser precisos mais para transportar esses alunos e não há mais táxis”, conta. Se antes num veículo de cinco lugares poderia levar quatro alunos, agora só são permitidos três, o que nalguns casos obriga a mais uma viagem. “Ir buscar um grupo e depois outro não permite aos alunos chegar a horas à escola”, até porque no concelho há aldeias muito distantes da sede de concelho. “As transportadoras também vão ter algumas limitações, no sentido de que não têm meios para acorrer a algumas situações”, alerta ainda o representante da CIM. Se houver limitações nos transportes é certo que “todas as câmaras municipais vão ter um custo acrescido” porque têm de disponibilizar mais meios para transportar os alunos”, referiu, sublinhando que questionaram o ministério da Educação com urgência sobre a manutenção da limitação. Os municípios pedem uma definição da questão com urgência visto que terão ainda de ser lançados concursos para percursos adicionais, que podem não estar concluídos a tempo do início das aulas. No caso de Miranda do Douro, seriam necessários mais dois circuitos para acomodar as limitações. Em Bragança, já estão adjudicados todos os circuitos, mas isso representa “um acréscimo enorme da despesa, de muitos milhares de euros”, afirmou o autarca Hernâni Dias, sem, no entanto, precisar o valor. Em Macedo de Cavaleiros, para evitar problemas no transporte dos alunos a câmara municipal antecipou a compra de um autocarro de 20 lugares, cuja aquisição já estava prevista. Os autarcas desta CIM criticam o atraso na resposta a este tipo de questões. “Como é que tivemos dois meses para preparar o ano lectivo, nada disto foi discutido? Chegamos agora ao início das aulas e não temos essa informação”, critica Artur Nunes. Perante estas medidas restritivas e outras implementadas para contenção da Covid-19, relacionadas com refeições, prolongamento de horários e acompanhamento à família, as câmaras municipais da área da CIM queixam- -se ainda que a despesa com a educação aumentou consideravelmente, por isso, reivindicam maior apoio financeiro nesta área, que permitam fazer face a estas despesas extraordinárias

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro