Autarca de Vimioso diz que falhas de internet e TDT contribuem para abandono do território

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Ter, 23/02/2021 - 15:46


O presidente da Câmara Municipal de Vimioso lamenta que persistam, no concelho, os problemas de acesso à internet e que haja, por isso, alunos com dificuldades em acompanhar o ensino à distância

Segundo Jorge Fidalgo, numa reunião com os autarcas da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os- -Montes “foi garantido pela ministra da Coesão Territorial que todos os alunos iam ter acesso à internet e computadores” e não compreende por que motivo “quando é possível resolver estas situações elas não são resolvidas”. O autarca diz que a Câmara distribuiu computadores e tablets bem como dispositivos para acesso à internet a alunos do concelho, mas mesmo assim as dificuldades não estão supridas. “Há problemas de rede e comunicações móveis para ter acesso às aulas. Para lá dos cerca de 100 computadores e tablets que fornecemos também distribuímos cerca de 50 ou 60 routers, o problema é depois encontrar a rede nas localidades”, afirma. Jorge Fidalgo diz mesmo que as “desigualdades territoriais, com esta realidade, se acentuam ainda mais e que “com esta discriminação negativa estão mesmo a convidar estas crianças e jovens a abandonar os territórios”. “Existe um programa “regressar”, por parte do Governo, e para o concelho de Vimioso o governo tem o programa “sair””, referiu. O autarca diz que além das falhas de cobertura de internet, também a TDT não chega a todas as casas, não podendo as crianças acompanhar as aulas do estudo em casa, a também chamada tele-escola. “Tudo o que é para penalizar os alunos do concelho de Vimioso, são penalizados. Não têm secundário, não têm computadores nem rede. Mesmo alguns alunos de algumas aldeias que queiram assistir às aulas pela televisão, não podem, porque não há cobertura da TDT em algumas aldeias”, destacou ainda, dizendo que a ANACOM está informada da situação. Jorge Fidalgo queixa-se ainda de não ter sido entregue nenhum computador a alunos do concelho por parte do Ministério da Educação. “Não consigo perceber como numa câmara do interior e que tem menos independência financeira no Norte, num concelho com debilidades económicas, nem sequer simbolicamente, foi entregue um computador na escola”, aponta.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro