ASAE apreende produtos “impróprios para consumo” e encerra unidade industrial que se queixa de relato “adulterado”

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Qua, 03/05/2023 - 10:42


A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) encerrou um estabelecimento industrial de produtos de origem animal, em Morais, no concelho de Macedo de Cavaleiros

Numa nota, referiu ter apreendido mais de 3300 quilos de produtos “impróprios para consumo humano”, avaliados em mais de 38 mil euros. O comunicado, datado de sábado, dá conta de que a operação, desenvolvida pela brigada da Unidade Operacional de Mirandela, se inseriu no “combate a ilícitos criminais contra a saúde pública e verificação do cumprimento das condições de armazenagem e manipulação de géneros alimentícios”. Depois, houve uma perícia da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, que determinou a destruição dos bens apreendidos, que apresentavam “grandes quantidades de bolores, desidratação, coloração anormal, presença cristais de gelo na sua superfície, rancificação e sinais de putrefação”. A ASAE informou ainda que instaurou um processo- -crime ao proprietário do estabelecimento e decretou a suspensão imediata da actividade da unidade. Ainda assim, Filipe Teles, da empresa, esclareceu que no início do ano resolveram mudar a imagem dos rótulos e, para isso, contactaram uma empresa exterior para saber se estavam conforme a legislação exigida, mas, “durante esse período, a empresa chegou à conclusão que havia um problema a nível do número de controlo veterinário, que deveria estar como activo e na plataforma surgiu a indicação de que estava como suspenso”. “Essa informação foi conseguida no dia 10 de Março e chegou ao nosso conhecimento no dia 13. No dia 14 decidimos parar a produção de todas as formas, deixando de ter disponível o site de vendas e suspendendo as redes sociais”, disse, acrescentando que supunham que a “inconformidade no documento” originasse uma vistoria da ASAE, que aconteceu. No dia 30 daquele mês a ASAE esteve naquele espaço, encontrando “a actividade parada”, com alguns produtos estragados. Contudo, não estavam a ser vendidos nem o foram, segundo Filipe Teles. “No dia 14 tínhamos e deixámos produto pendurado, que ficou sem sofrer mais qualquer tipo de secagem e, automaticamente, desenvolveu bolores devido à humidade presente no ar. Todo o outro produto era o que estava produzido e embalado, não tendo qualquer inconformidade, além do número de controlo veterinário estar suspenso”, explicou, acrescentando que havia ainda produtos com indícios de putrefação, mas que são aqueles que “são devolvidos dos pontos de venda”, quando aparece alguma inconformidade, como acontece, por exemplo, com chouriças que perdem vácuo ou com queda de rótulos. Sendo que esses produtos são devolvidos à empresa, porque não podem ser vendidos, têm de ser acondicionados “num espaço apropriado”, não podendo ser “eliminados” no lixo comum. Posteriormente, quando há um volume considerável, que torne a recolha viável, há uma empresa que recolhe esses produtos para os destruir. O que Filipe Teles diz que aconteceu é que havia nas instalações alguns produtos para serem destruídos e que eram esses que apresentavam sinais de putrefação. Acrescentou ainda que se “estranha” a situação ter “surgido agora, desta forma”, um pouco “adulterada”, passado já mais de um mês. Agora, “só há um caminho”, explicar o que aconteceu na “realidade”. “A situação surgiu dada a nossa preocupação em estar conforme a lei”, terminou.

Jornalista: 
Carina Alves