Alterne novamente condenado

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Ter, 12/04/2005 - 17:14


O tribunal de Bragança condenou, na passada sexta-feira, os seis indivíduos envolvidos nos crimes do caso Nick Havana, uma casa de alterne que funcionava nos arredores da cidade.

Os arguidos eram acusados de mais de uma centena de crimes de lenocínio, auxílio à imigração ilegal e angariação ilegal de mão-de-obra.
A pena mais pesada foi aplicada ao ex-gerente do Nick Havana, Domingos Celas, que foi condenado a sete anos de prisão. Vítor Jorge e Joaquim Cipriano, este reincidente, vão cumprir seis nos por envolvimento no negócio.
Os restantes três arguidos foram condenados a penas de prisão, mas suspensas por quatro anos. O colectivo de juízes decretou três anos de prisão para António Celas Pinto e um ano e oito meses para Rafael Pinto, ambos empregados do bar de alterne. O arrendatário do imóvel onde funcionava o Nick Havana, Domingos Sá, foi condenado a dois anos de prisão.
Os arguidos, com excepção de um, foram ainda condenados a restituir ao Estado os lucros obtidos naquela actividade ilícita, cujo valor ultrapassa os 300 mil euros.
Num acórdão de 88 páginas, o colectivo deu os crimes como provados e considerou que os seis indivíduos agiram conscientemente e voluntariamente.

Negócio de prostituição

Segundo o tribunal, os arguidos dedicavam-se ao negócio da prostituição numa casa arrendada, onde as mulheres eram obrigadas a aliciar homens para terem relações sexuais a troco de dinheiro. Os preços, segundo o acórdão, eram fixados pelos gerentes do Nick Havana, que também eram responsáveis pela contratação das mulheres, na sua maioria brasileiras.
Os advogados dos três arguidos condenados a penas de prisão efectiva decidiram recorrer da sentença e apresentar o pedido de revisão da medida de coacção. No período de análise do recurso, os defensores pretendiam que Domingos Celas e Vítor Jorge usassem pulseira electrónica, mas o colectivo indeferiu o pedido, considerando que não elementos que justifiquem a alteração da medida de coacção.
No final, apenas o advogado de Vítor Jorge prestou declarações aos jornalistas. Para Francisco Espinhaço, as penas “são elevadas”, tendo em conta que a moldura penal para um crime de lenocínio agravado é de seis meses a cinco anos de cadeia.
Quanto ao indeferimento da alteração das medidas de coacção, o advogado diz que não se revê na decisão do colectivo de juízes.
O Nick Havana, a par da Top Model a da ML, foi uma das casas de alterne encerradas em Bragança, em Fevereiro de 2004. Para completar o processo falta levar o caso da ML a tribunal, mas as autoridades ainda não conseguiram localizar os seus proprietários.