ALFÂNDEGA comercializa produtos regionais

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Ter, 22/03/2005 - 16:45


O escoamento dos produtos agrícolas produzidos nas terras alfândeguenses para as grandes superfícies é o principal objectivo da Empresa Municipal de Desenvolvimento Económico de Alfândega da Fé (EDEAF).

Para facilitar o trabalho desta empresa, criada há três anos, foi assinado, na passada quinta-feira, o auto de consignação relativo à construção da primeira fase do pavilhão industrial da EDEAF.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé, João Carlos Figueiredo, esta obra, orçada em cerca de 400 mil euros, “ é o investimento mais reprodutivo realizado em Alfândega, porque vai trazer mais valias aos agricultores da região”.
Na óptica da edilidade “não basta produzir, o fundamental é comercializar”. Por isso é importante que os produtores gerem produtos de qualidade de forma a satisfazerem as exigências do mercado, que se torna cada vez mais competitivo.

Apostar na qualidade

A promoção dos produtos vai ser feita através da certificação de qualidade, efectuada a partir de análises em laboratório. “A empresa municipal vai colaborar com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para testar os produtos e, posteriormente, colocá-los nos mercados”, salientou o autarca.
A EDEAF vai estar dividida em duas componentes. A primeira prende-se com a comercialização e promoção dos produtos e a segunda está ligada à fixação de 10 micro-empresas que vão laborar dentro do pavilhão da EDEAF.
Os enchidos, a doçaria e o mel são alguns dos produtos que vão ser fabricados nas instalações da empresa municipal.
Para a presidente da Assembleia-Geral do Agrupamento de Apicultores de Alfândega da Fé (ALFAMEL), Maria de Lurdes Marques, “a construção do pavilhão é uma mais valia, porque vai ajudar os produtores a gerirem a sua produção, com organização e definição”.
Por outro lado, “o mel vai ter uma marca e uma nova imagem, o que vai permitir atingir mercados longínquos, que de outra forma não conseguiria”, acrescentou.

Salvar a agricultura

Para o director regional de Agricultura de Trás-os-Montes (DRATM), Fernando Martins, a criação deste tipo de empresas pode ser uma salvação para a “encruzilhada” em que se encontra a agricultura transmontana.
O responsável alerta os agricultores para a mudança de mentalidades, no sentido de “produzirem não o que eles querem, mas aquilo que o mercado quer” e apela à produção com qualidade, no sentido de fazer face à “dinâmica extremamente agressiva” em que se encontra o mercado.
Depois da assinatura do auto de consignação da primeira fase da obra, que estará pronta em Julho deste ano, ficou a promessa da autarquia para a ampliação da infra-estrutura, numa segunda fase, com vista à fixação de mais empresas.