Ter, 25/06/2024 - 11:42
Continua por resolver parte do pagamento dos subsídios da produção integrada e da biológica, referentes a 2023. No início do ano, o ainda anterior Governo anunciou que iria fazer cortes de 35% na agricultura biológica e de 25% na agricultura integrada. Isso levou a vários protestos na região. Os agricultores reuniram com a ministra, que voltou atrás na palavra e prometeu que iria ser tudo pago até Março. A verdade é que ainda estão por pagar 20% na biológica e 15% na produção integrada, além dos 5% que ficam sempre para pagar nesta altura do ano. E para conseguirem reaver esse dinheiro, os agricultores tiveram de submeter nova candidatura ao Pedido Único deste ano. “Esse pagamento nunca chegou a ser realizado e agora o IFAP colocou na candidatura deste ano mais uma candidatura para receber o dinheiro do ano passado”, explicou Armindo Lopes, um dos agricultores que esteve em negociação com a ministra em Macedo de Cavaleiros. Segundo um comunicado do Ministério da Agricultura, na semana passada, até ao “fim de Junho”, será pago “um valor suplementar de 30 milhões de euros na ajuda do rendimento base dos agricultores”. Na agricultura biológica, “a redução do corte será de 35% para 21,5%” e na produção integrada, “a redução do corte será de 25% para 13,5%”. No site do IFAP pode também ler-se que a 25 de Junho será paga a “2º prestação” da produção integrada e da agricultura biológica. No entanto, Armindo Lopes considera que estas percentagens não são claras. “Dos 35% da biológica vai ser já pago 13%, mas efectivamente desses 35% já só faltam 20%”, apontou, dizendo que não se percebe. O Ministério anunciou ainda que em Julho vai “compensar integralmente os cortes inicialmente projectados para a agricultura biológica e produção integrada”. “Concretamente se me perguntar em que dia vai ser pago esses 20%, não posso responder, porque não sei. Fala-se que é no início de Julho, mas concretamente não sei”, referiu. Na passada sexta-feira, terminou o prazo para apresentação de candidaturas ao Pedido Único de 2024. Armindo Lopes teme que possa haver “novamente cortes”, porque não se sabe se a verba que está definida para cada medida será “suficiente”. No entanto, sabe já que no que toca à agricultura biológica, haverá menos candidaturas da região, este ano. “Vai haver um menor número de candidaturas do eco regimes, alguns por causa das limitações no uso de fertilizantes, outros por causa da embrulhada que foi este ano. Muita gente ia fazer a candidatura e tinha a expectativa de receber aquele valor, mas há pessoas que este ano nem vão fazer a candidatura”, adiantou. No que toca aos apoios deste ano, se correr como era habitual, a primeira parte será paga em Outubro e outra em Dezembro. Armindo Lopes acredita que este ano tudo voltará ao normal e que os atrasos do ano passado estiveram relacionados com a troca de quadro comunitário, mas também de pouca verba para tanta candidatura. No entanto, o subsídio de 2023 continua por pagar. “O que é certo é que estamos no Verão de 2024 e as pessoas já tiveram as despesas do ano passado, já tiveram as despesas deste ano e ainda não receberam as ajudas do ano passado”, apontou. Armindo Lopes faz parte de movimentos agrícolas que tem reunido com o Ministério da Agricultura. Há novas audiências marcadas para reunirem com o ministro José Manuel Fernandes.