Ter, 09/04/2024 - 12:20
Estava preparado para assumir este cargo?
Eu acho que estamos sempre preparados, porque quando aceitamos ir na lista de candidatos temos que assumir essa responsabilidade para assumir estas funções. Foi uma passagem muito rápida e o tempo foi muito rápido, não foi premeditado, ou seja, houve eleições legislativas e Nuno Gonçalves aceitou o desafio e bem, porque estamos bem representados enquanto deputados, e coube-me a mim, como vice-presidente, assumir a responsabilidade da presidência em Torre de Moncorvo, pedindo sempre o apoio dos técnicos deste município e assim iremos levar a bom porto este ano e meio que falta de mandato.
Terá em consideração as linhas de orientação de Nuno Gonçalves ou quer fazer diferente?
Com certeza que temos que preservar sempre o legado que nos é deixado e cabe-me a mim, como Chefe de Gabinete durante 10 anos, assumir esse legado, assumir as posições e as linhas orientadoras apresentadas por ele e podê-las cumprir durante o que resta deste mandato. Claro que não somos todos iguais e julgo que poderei implementar ainda no próximo ano outras medidas que poderão ser importantes para o concelho, mas nunca esquecendo o programa eleitoral que foi a sufrágio.
Que medidas gostaria de implementar?
Nós já fazemos um apoio muito alargado a todas as faixas etárias dos habitantes de Torre de Moncorvo, mas há aqui algumas lacunas e uma delas é os nossos estudantes universitários. Uma das medidas que queremos implementar, e teremos que fazer ainda esse estudo prévio, será o pagamento das propinas e, se pudermos, na totalidade. Eu acho que é muito importante para os pais que têm os filhos a estudar nas faculdades. Depois no âmbito do tecido empresarial ter a possibilidade de assegurar, de alguma maneira, um apoio aos pagamentos da Segurança Social dos nossos empresários. Relativamente às IPSS, o município tem uma palavra a dizer, que é o apoio nas candidaturas que as IPSS fazem a materiais, veículos, poder haver uma comparticipação do município. Por exemplo, as candidaturas normalmente são comparticipadas a 80%, o município poder compensar 10%, ficando assim a IPSS a comparticipar os outros 10%. São formas de ajudar, de poder dinamizar todo o tecido empresarial, todo o tecido económico do concelho que é o nosso desígnio.
Há alguma obra que queira realçar e que queira ver concretizadas até ao final do mandato?
Há várias, é preciso é ter capacidade financeira para as concretizar. Os municípios que tiverem projectos em carteira são aqueles que vão estar na linha da frente para o quadro 2030 que aí vem e eu gostaria de alavancar aqui uma infra-estrutura que eu julgo que faz a diferença, que é um pavilhão multiusos que dê para ser utilizado o ano todo, não só na parte desportiva, mas também na parte cultural, exposições, também na Expo Moncorvo, que vai já na terceira edição e que dinamiza muito a economia local. Outro projecto que está em cima da mesa é relativamente à Foz do Sabor, dotá-la com outras infra-estruturas. Claro que são projectos que têm que ser acompanhados com candidaturas, porque o valor é muito elevado. Depois temos um diamante por lapidar, que são os Lagos do Sabor. Acho que há muito para fazer nos Lagos do Sabor. Com certeza que primeiro ainda tem que ser aprovado o Plano de Ordenamento do Território, mas poderemos já fazer projectos para que depois quando surgir as candidaturas estarmos na linha da frente para os submeter.
Agora enquanto presidente da câmara entende que é preciso fazer mais para a promoção do concelho?
Estamos a trabalhar diariamente naquilo que são as necessidades do concelho. Temos programas de apoio à natalidade, trazemos o apoio do 1º Direito já em velocidade cruzeiro, que é um programa do próprio Estado, mas que são os municípios que tem que o elaborar e estar bem conscientes das dificuldades, porque não há empreiteiros no nosso território ou muitos empreiteiros que possam assumir estes valores que foram candidatados. Temos também o apoio médico e oncológico. Apoiamos nos medicamentos. Temos o trabalho diário de acompanhamento de obras. Vivemos no Interior do país e as nossas potencialidades são a agricultura e o turismo e acho que o caminho também terá de ser por aí. Apoiar os nossos agricultores e apoiar um turismo de qualidade e, por isso, quando falei da Foz do Sabor e dos Lagos do Sabor, é esse o nosso intuito, desenvolver algum tipo de benefícios ou potenciar e promover algum tipo de actividades para que haja retorno, que será com turistas, empresários e pessoas, que é o nosso maior problema neste momento. Temos uma qualidade de vida invejável, falta-nos é as pessoas e, para isso, as câmaras precisam também que o poder central olhe com olhos de ver para esta problemática que nos afecta a todos.
Falou de vários projectos e intenções para este ano e meio à frente da câmara. Acredita que ficarão concretizados?
Temos que ser pragmáticos. Eu acho que o primeiro passo é elaborar os projectos. Qualquer município só pode estar na linha da frente se tiver projectos em carteira. Se estiver à espera que abram as candidaturas e depois fazer os projectos, vão ficar para trás. Por isso, o desafio que a minha equipa tem, neste ano e meio, é saber os projectos que queremos elaborar e depois, quando abrirem as candidaturas, estarmos já completamente à vontade para as submeter. Claro que são projectos com alguma dimensão financeira, com certeza que num ano e meio não serão possíveis de realizar. Mas temos um em cima da mesa, que queremos finalizar até ao próximo Verão, que é um parque infantil com alguma dimensão, que será instalado na nossa zona verde, que é o Parque Engenheiro Aires Ferreira.
E quer ser candidato à câmara para dar seguimento a esses projectos?
É uma pergunta à qual não tenho uma resposta directa. Neste momento sou presidente de câmara em regime de substituição, porque o presidente Nuno Gonçalves pediu a suspender por 6 meses e, por isso, ainda é muito longe para decidirmos, até porque envolve mais pessoas, não é só uma vontade minha, mas de um colectivo de pessoas. Vou desempenhar as funções de presidente de câmara. Com certeza que vai haver altura em que o partido e essa equipa vai ter que decidir um nome, vamos aguardar, ver se é possível e se as condições estão reunidas.
Que marca gostaria de deixar depois de este ano e meio à frente da câmara?
Acima de tudo quero deixar um marco de transparência, de honestidade e de responsabilidade. Isso é aquilo que me move. Sou natural de Torre de Moncorvo, sou bancário de profissão, e o mais importante para mim é andar em Torre de Moncorvo, como sempre andei, com a mesma frontalidade e honestidade que as pessoas de Moncorvo me conhecem.